Quem sou eu

Gravataí, Rio Grande do Sul, Brazil

Bem vindo amigos

A criação deste Blogger tem como objetivo divulgar a minha criação de canários e metodologia de criação. Assim como servir de instrumento para troca de informações entre os criadores e apaixonados.Também uma forma de ajuda para os que estão iniciando na criação e divulgar alguns dos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo,,, Que já é quase uma vida.
Os meus objetivos na criação é de sempre buscar o modelo standard dentro de cada COR ou Porte e em virtude desta busca ter um plantel cada vez melhor.

Miscelâneas - Diversos assuntos

Lista dos índices dos assunto
  • Criando dentro das regras.
  • A quebra de mais um mito, a do canário com a  “Boca Negra”.
  • Utilização do IVOMEC.
  • Uma Visão excelente de como deve ser o canário cobre.
  • O planejamento nos acasalamentos é o fator principal na criação.
  • Uma visão para quem esta iniciando sobre “A moeda do criador e evolução da qualidade das matrizes”.
  • As Melaninas nas Aves.
  • A constatação dos aumentos das transmissões hereditárias de doenças em acasalamentos consangüíneos.
  • Para quem aprecia o canto dos canários. 
  • Leis de Gregor Mendel.
  • Utilizando a criatividade para superar as dificuldades.
  • Importância dos banhos de Sol para os canários. 
  • Geração do Sexo no processo de fecundação.
  • Cuidados com o excesso de medicamentos - Amprólio.
  • Tapa de Luvas  

Criando dentro das Regras

Vou relatar um fato que ocorreu comigo;
No Rio grande do Sul existiam muito poucos criadores de canários de linha Negro Marrom Oxidados e com isto era muito difícil de obter informação atualizadas dos padrões estabelecidos pela FOB para uma determinada linha de cor de canário e também pelo fato de nunca ter ido visitar os stands do campeonato brasileiro de canários. O que se tinha eram boatos de que os canários deveriam ter  um determinado padrão de cor e um desenho na marcação xis e estas informações se tornavam regras definitivas, mesmo que vindas dos concorrentes.

Este fato me levou a pesquisar os padrões dos canários de outros países na WEB. Fiquei maravilhado com o que vi, mesmo sabendo da existência dos software editores de imagens "FotoShop" e outros. Observei os padrões dos canários Franceses, Italianos e Espanhóis e achei um espetáculo. Os canários tinham uma marcação excelente e eram isentos de feomelamina e com o fator de refração azul na sua máxima expressão. Referente a marcação ou listras, elas variavam de largura de país para país, na Itália eram mais finas e na Espanha e França mas largas. Não pensei duas vezes, esta aí o rumo que eu vou seguir. Comecei a analisar os meus canários e vi que a marcação deles estava muito boa e a oxidação das patas também, mas o que faltava era retirar a feomelanina e aumentar o fator de refração (azul). O meu sonho era obter canários do padrão abaixo;


Com muito trabalho ao longo de três anos, consegui que os meus canários chegassem no mesmo padrão dos canários que eu havia visto na WEB. Fiquei muito contente com o resultado obtido. 
No primeiro concurso da nova geração de canários limpíssimos, fiz a inscrição de 9 canários cobres mosaicos, não quis nem fazer quarteto. Resultado; classifiquei apenas um dos nove em terceiro lugar, oito foram desclassificados devido ao fato dos canários não possuírem feomelanina. Eram canários belíssimos, mas estavam fora do padrão FOB para aquela linha de cor. Hoje eu compreendo e aceito a resolução da FOB, por que se aceitassem aqueles canários como padrão, nos não teríamos como identificar o fator Pastel quando presentes nestes canários. Com isto a linha dos Pastéis seriam existintas. Uma solução seria abrir uma nova classe para os canários limpíssimos, mas é muito difícil que isto ocorra.



Estão, compreendi que não podemos criar canários de uma forma isolada, devemos sempre trocar informações com o maior números de criadores possíveis e ter sempre contato com pessoas ligadas as Federações em que somos filiados. Procurando ter sempre os manuais atualizados com os padrões exigidos para as aves em concurso no que tange a cor e porte.

Eu tive o aprendizado e evoluí, mas também gostaria que as federações revisassem seus manuais e padrões de julgamento que são muito confusos, dando margem para diversas formas de interpretação. Para citar como exemplo, existe um quesito para avaliação dos canários negros que esta descrito mais ou menos da seguinte forma; O canário deverá apresentar o mínimo de feomelanina possível no manto melânico.

O que se deseja quantificar com o mínimo de feomelanina? Quanto representa o mínimo de feomelanina?

Um outro problema é na avalição dos tamanhos dos gloster, sei que já houve uma notificação da FOB a um ano atrás, para que avaliação fosse feita independente do tamanho, mas na realidade os juízes dão sempre a preferências para os glosters de tamanho pequeno.

Nos ágatas que é uma categoria de canário onde as melaninas sofrerão diluição. A diluição fica somente nas patas e bicos, por que a melanina negra está tão forte e larga quanto ao canário negro oxidado. Do geito que estão indo as exigências para os pradrões das cores, daqui a alguns anos vai ser difícil de identificarmos os canários verdes, verdes opalinos, ágatas e até os canelas.    

Um outro problema é encontrado com o fator de refração, um ano tem que ter padrões máximos no outro ano não. 

Um outro problema no qual acho que estamos dando um tiro no próprio pé, é referente a busca de uma maior oxidação nos canários da linha negra apresentados em concursos. Noto que a relação da feomelanina nas gerações dos filhotes é diretamente proporcional. Esta ficando muito difícil obter filhotes em virtude deste excesso de oxidação. Será que não esta na hora de abrirmos uma nova categoria para as fêmas da linhas negra, para forçar o não desaparecimento das fêmeas com um pouco mais de feomelanina? Esta ficando muito comum ver fêmeas intensas concorrendo com machos em concursos e muitas vencendo. Acho que algo esta errado.

Logo estes conceitos são muito variados de juiz para juiz. Tenho medo que chegue ao ponto (se já não chegou) de termos que levar para concurso, canários da mesma cor criados de forma diferentes para satisfazer todas as preferências possíveis dos juízes.

A respeito dos meus canários limpíssimos eu continuo com eles, mas para entrar no padrão FOB tive que acasalá-los com canários um pouco mais carregados de feomelanina para corrigir o defeito e o resultado foi excelente, mas prefiro os limpíssimos, são infinitamente mais bonitos, mas,,, Daí a Cezar o que é de Cezar. Tchau


A quebra de mais um mito, a do canário com a  “Boca Negra”

Este artigo é em memória ao meu professor da arte da criação de canários. O grande amigo e saudoso, Marly Zucolotto. O Marly era obcecado por estes canários e sempre tentou tirar os canários de “Peles Negras”, inclusive conseguiu reproduzir alguns filhotes, só que estes filhotes não passavam da primeira semana de vida. Nas nossas conversas ele sempre me falava de tais fatos e também me relatava que além dos canários de “Pele Negra”, existiam os canários de “Boca Negra”. Os canários de “Boca Negra”  eram canários que nasciam com uma boa oxidação, e que não chegavam a ter a pele negra da cor de beringela, como os “Peles Negras”, mas o interior da boca era da cor negro acinzentado.Também me relatou que os canários de “Boca Negra”, tinham os mesmos problemas para se desenvolverem que os “Peles Negras” e agravado pelo fato da canária não alimentá-los, talvez pela coloração interna da boca ser negro acinzentado, não a estimulassem a alimentá-los.

 
No decorrer dos anos de criação consegui tirar 2 peles negras, um macho e a outra fêmea , os dois viveram bastante tempo, inclusive a fêmea era magnífica. Estes dois canários eu nunca consegui tirar filhotes, pois estavam sempre na face se muda de penas e nunca conseguiram engordar, aparentemente não tinham problema algum. Hoje nos meus acasalamentos dos canários da linha negra, procuro acasalar machos intensos com a oxidação máxima com fêmeas oxidadas, mas com um pouco mais de feomelanina para tentar fugir dos “Peles Negras”.
 

Este ano nos acasalamentos de dois casais de verdes mosaicos me aconteceu algo anormal. Perdi as duas primeiras ninhadas de filhotes e todos os filhotes apresentavam o interior da boca de cor negro acinzentado. Os filhotes externamente, nasceram normais e após o terceiro dia começavam a definhar, mesmo sendo alimentados com a papinha no bico e em dois dias acabavam morrendo. A minha acomodação diante deste problema, foi que eu havia aprendido que quando se trata de canários que nascem com a “Boca Negra” , pouco se pode fazer.
 

Nasceu à terceira ninhada, resolvi fornecer manualmente para os filhotes, gema de ovo amassada + Papinha Pronta + Nalit Baby + Água Filtrada duas vezes ao dia e o resultado foi muito bom, no segundo dia, a cor negro acinzento, começou a ficar avermelhada e aos poucos ficaram bem vermelhas. Estes filhotes já foram anilhados e já estão quase saindo do ninho. Acho que para mim, o mito do “Boca Negra” desapareceu. 

Pele Negra com 6 dias de vida 

Utilização do IVOMEC

Um artigo que tenho guardado desde 2004 e que julgo de muita valia para quem lida com aves. O artigo trata dos estudos feitos pela faculdade de Medicina Veterinária da USP, na unidade núcleo de Batatais, em São Paulo. Que utilizou a IVERMECTINA ou IVOMEC em 3000 matrizes de 28 espécies diferentes de aves. Para sintetizar o assunto, vou me deter às informações relatadas, somente nos resultados dos estudos feitos em casais de manons (Munia Demostica). Os Objetivos destes estudos era de verificar a eficiência e dos efeitos colaterais do uso da Ivermectina em aves, devido às carências de estudos a este respeito.

A Ivermectina ou Ivomec esta no mercado desde 1981 e até hoje é um dos melhores antiparasitários no combate de endoparasitas (nematóides) e ectoparasitas (ácaros e piolhos). Sua ação de combate atinge e destrói o sistema nervoso dos parasitas.

A intenção da pesquisa era de determinar os efeitos da ivermectina em relação os números de ovos nas posturas, número de ovos em branco, mortes embrionárias e desenvolvimento dos filhotes.

As análises foram feitas em 36 casais de manons, sendo que as duas primeiras ninhadas de cada casal, foram sem a aplicação da Ivermectina. Após a segunda ninhada, os manons foram tratados com a Ivermectina, utilizando dois processo. Um grupo sendo aplicado às doses  recomendadas e o outro grupo, sendo aplicada doses com aumento progressivo.

 
Encerrado o ciclo dos acasalamentos, foi notado que após o tratamento com a quantidade correta  de Ivomec, houve um aumento da produtividade no que tange a número de ovos e filhotes. No grupo de manons tratados com carga fora dos padrões, foi notada a queda do número de ovos na postura  e a baixa da fertilidade, com muitos ovos em branco.

A conclusão dos Estudos.

  • Foi confirmada a eficácia do Ivomec no combate a  endoparasitas e ectoparasitas.
  • Foi confirmado que utilizando o medicamento na dose recomendada, não produz efeitos colaterais em qualquer ciclo de vida da ave.
  • Foi confirmado que a medicamentação em doses erradas ou do uso de forma contínua, geram efeitos prejudiciais para aves.
  • Foi confirmado que as dosagens elevadas podem gerar convulsões, tremores, cegueira e até a morte.
  • Foi confirmada a sua ação de combate rápido aos ácaros da traquéia.
  • Foi confirmada sua ação segura quanto utilizado na dosagem correta.
Diferenças entre o IVOMEC PourON Azul e IVOMEC TopLine alaranjado

Caracteristicas PourOn;
Coloração azul, se apresenta na forma líquida (não densa) com a presença de álcool isopropílico. Produto de alta volatilidade.

Caracteristicas do TopLine;  
Coloração alaranjada, se apresenta na forma líquida oleosa (muito denso).

A forma de aplicação tanto do PourOn quanto TopLine é a mesma, na parte externo do corpo da ave, na região dos encontros das asas.

Trata-se de produtos diferentes, tanto na forma de combate dos parasitas, quanto na concentração do princípio ativo(Ivermectina). O azul que utilizamos, é chamado como PourOn pelo fabricante. O alaranjado é o TOP LINE, semelhante ao FRONT LINE, utilizado para desparatizar cães. A concentração do princípio ativo do PourON azul é de 0,5%, o TopLine é de 1% (MAIOR). O pourON azul combate parasitas externos e interno. O TopLine somente parasitas externos, pois não penetra na corrente sanguinea, mas o ácaro do papo ele combate.

Uma Visão excelente de como deve ser o canário cobre.

Assunto elaborado a partir do texto do Sr. Manuel Cárdenas Teno. Juíz de Cor da CJA.
La Rambla (Córdoba)

Uma breve história sobre o canário cobre intenso e nevado.
O canário negro vermelho intenso, também chamado de canário Cobre é um canário melânico da linha negra, cujo lipocromo de fundo é o vermelho. É um dos canários de maior aceitação entre os aficionados, devido a sua coloração espetacular da sua plumagem, onde apresenta a máxima expressão da cor vermelha e a cor negra, fazendo desta variedade uma das mais criadas no grupo dos canários melânicos clássicos, sendo uma das linhas de cores mais representativas em números de competidores em concursos. É uma linha de canários clássicos e conhecidos por todos desde muitas décadas. Esta linha de canários  se encontra em permanente evolução e sempre estão “na moda”, devido a sua beleza, na qual cativa e atrai os mais veteranos dos criadores.


O canário cobre, tem sua origem no cruzamento de um canário melânico com o Cardealito da Venezuela, no qual transmitiu aos seus filhotes híbridos a possibilidade de manifestar na sua plumagem o fator vermelho. É  por este fato que todos os canários que exibem o lipocromo  vermelho, recebem  o nome de canários de fator  vermelho.
A partir destes híbridos de cardealito da Venezuela e canário que em sucessivas gerações, fomos avançando até conseguirmos exemplares de canários completamente férteis e que exibiam a cor lipocromo vermelha.

Melaninas, Lipocromo e Categoria
Nos canários de cor temos diversos aspectos e características que os diferenciam um dos outros, constituindo os diferentes grupos. A seguir falaremos sobre as melaninas, o lipocromo e a categoria.

Melaninas
O conceito de melaninas vem definido pelo standard da cor pelo colégio de juizes como; “uma série de pigmentos escuros que dão uma característica típica aos canários, podendo aparecer na forma de eumelanina negra, eumelanina marrom e feomelanina”. Neste caso é preciso saber que a eumelanina é um pigmento de cor negro ou marrom que aparece de forma desenhada, na forma de bastões e barras e ocupando a zona central da plumagem. É preciso também definir o término da feomelanina, na qual é um pigmento de cor mais ou menos marrom, que ocupa a periferia das penas, rodeando o pigmento eumelânico. Os pigmentos eumelânicos também se apresentam nas partes do corpo das aves, bicos, patas e unhas.
No canário cobre a eumelanina  se apresenta na cor negro, em forma de bastões e barras,nas quais deveram ser largas e contínuas. A feomelanina também aparece neste tipo de canário, aparecendo mais nos exemplares nevados, sendo menos perceptíveis sua presença nos canários intensos.

O Lipocromo
Os canários melânicos não só apresentam este tipo de pigmento, como também teen uma cor de fundo que chamamos de lipocromo. Os canários atuais podem apresentar a cor do lipocromo nas cores, amarelo, branco e  vermelho. Todos as cores do lipocromo citados,  possuem a variação para a tonalidade Marfim. Nos canários cobres o lipocromo é o vermelho, devendo este exibir um tom escuro e brilhante.

Categoria
Tal como estabelece o padrão standard pelo colégio de juizes como; ”A categoria faz referência ao lipocromo, ou seja a distribuição deste sobre a plumagem do canário”. Os canários podem ter três categorias; intenso, nevado e mosaico. No canário intenso o lipocromo invadirá toda a plumagem e no nevado o lipocromo não chega até as bordas das penas, adotando estas zonas uma espécie de nevoa que deve se estender de maneira uniforme por toda plumagem.           

Características dos canários cobres intenso e nevado
Quando criamos e selecionamos uma linha de canários com a intenção de melhorar seu fenótipo e apresentá-los em concursos, é imprescindível saber em quais direções devemos conduzir a nossa seleção, é imprescindível conhecer as características fenótipicas que devem  possuir a categoria de cor que criamos. As ditas características vêem sendo estabelecidas pelo colégio de juízes para o padrão standard da cor, nas quais me baseio para aplicar como deve ser um canário cobre intenso ou nevado. Começando pela ordem dos distintos aspectos para análise dos canários na planilha de julgamento, começarei falando das melaninas.

Melaninas dos canários Cobres
A estrutura melânica de um canário cobre deve manifestar de um negro brilhante, formando um desenho na forma de estrias, que quanto mais largo e contínuas se apresentarem melhor e sem apresentar nenhuma zona de diluição. Estes desenhos estriados, devem ser obrigatório nas zonas dos flancos, algo que nem sempre é possível no que se refere a machos cobres intensos, sendo mais fácil de conseguir em machos nevados. Nesta questão me detenho para explicar algo sobre o dimorfismo sexual nesta categoria de canário, que as listras nos flancos é o que diferenciam os machos e das fêmeas. 


Refiro-me aos desenhos dos flancos, serão mais visíveis nas fêmeas intensas que nos machos intensos e fato semelhante ocorre nos nevados. O referido desenho dos flancos, no caso dos exemplares nevados se manifestam aparecendo com maior quantidade de feomelanina nas fêmeas do que nos machos. Seguindo a questão de como deve ser o desenho melânico do canário cobre, tem que assinalar que no caso de um exemplar apresentar um desenho fino, interrupto e com escassa intensidade de negro, será penalizado em virtude da insuficiência no quesito de avaliação das melaninas.


Tal como indica no citado padrão standard, a eumelanina negra dispersa, oxidada ao máximo, com a máxima intensidade de negro, se estenderá desde o nascimento do bico, pela cabeça, peito, flancos e rabadilha, não apresentando a cor lipocronica de fundo em nenhum ponto onde deve prevalecer a cor negra. A eumelanina negra chega até mesmo às bordas das penas remeras e timoneiras.


Os canários cobres que apresentamos a concurso, não deverão ter em sua plumagem feomelanina marrom, o que acarretaria a ser penalizados no quesito de melaninas, sendo os melhores aqueles exemplares que não apresentem. A feomelanina aparece em maior quantidade nos exemplares nevados e sobre tudo nas fêmeas, sendo mais difícil que tal pigmento se manifeste nos exemplares intensos.
Por outro lado, os canários cobres deverão tem o bico, as patas e as unhas completamente negras. Em caso do exemplar tenha a coloração clara nestas áreas, serão penalizados nos mesmos quesitos na avaliação das melaninas, chegando inclusive a ser desclassificado no caso de apresentar alguma unha do dedo na cor branca.
A subplumagem dos canários cobres deverá ser negra. Quanto ao lipocromo o canário cobre manifesta o lipocromo vermelho. Para que o exemplar seja classificado com a maior pontuação na planilha, o lipocromo deve manifestar-se com uma cor  vermelha escuro, como conseqüência da sobreposição das melaninas negras que se encontra dispersa em toda a plumagem com o lipocromo vermelho de fundo. A cor deverá ser uniforme e brilhante, sem apresentar zonas de despigmentação ou de tonalidades diferentes.

Categoria
Devemos diferenciar como deve ser um canário cobre intenso e como deve ser um canário cobre nevado, já que ambos se diferenciam na categoria. Nos exemplares cobres intensos a cor  vermelha escuro invade toda a plumagem até as bordas das penas. É importante também que os exemplares mostrem em sua plumagem uma cor intensa e brilhante e não uma cor apagada. As penas dos exemplares intensos, em geral  são mais estreitas que as dos exemplares nevados e mosaico, o que repercute na manifestação dos seus desenhos melânicos, nas quais serão mais estreitos que a dos cobres nevados e mosaicos.

Um detalhe de que se deve ter em conta é que nos exemplares intensos o lipocromo de fundo deve tapar toda a região da cloaca do canário, algo que não acontece com os nevados e muito menos com os mosaicos, onde se aprecia claramente nesta zona de carência de lipocromo. No caso dos intensos, constituiria um defeito e seria penalizado na avaliação da categoria, o fato que um exemplar  cobre intenso estar com a região da cloaca com despigmentação ou apresentarem na  região do dorso, rabo e flancos um leve nevadismo.  Outro aspecto que se deve analisar, são as penas grandes. Estas devem estar totalmente pigmentadas, pelo fato dos canários cobres,esta regra também vale para os canários com fator, tanto os intensos e nevados, em toda a vida destes canários eles são alimentados fortemente com produtos com alto teor de caroteno com a finalidade de colorir a plumagem. Logo, não podem ser visualizados pontos de enfraquecimento ou tonalidades diferentes ou manchas na coloração das penas.

Seleção do cobre intenso e nevado
Quando criamos e selecionamos uma linha de canários, no caso dos canários cobres intensos e nevados, devemos encaminhar nossas seleções conforme características fenótipicas do standard da raça.

Critérios de seleção;

  • Canários  que tenham um desenho mais oxidado e que apresentem uma estrutura melânica larga e contínua.
  • Canários que possuam maior oxidação nos bicos, pastas e unhas.
  • Canários que mostrem um lipocromo de cor vermelho brilhante.
O cruzamento de canários muito oxidados entre si, pode acarretar em alguns problemas, é possível que a descendência perca em vitalidade, fertilidade, etc, digamos que em certas ocasiões, uma excessiva oxidação pode ocasionar certas degenerações da saúde do exemplar.

Para conseguir uma maior oxidação de patas e bicos a seleção dos exemplares com estas partes mais oxidadas, se constituem como a principal ferramenta, até mesmo os cruzados com o Cardealito. A exposição ao sol pode ajudar a escurecer estas zonas do corpo, mas temos que levar em conta que estamos mascarando uma falta de potencial genético.Seus filhos terão os mesmos problemas de pigmentação insuficiente nestas zonas.


No critério de seleção do lipocromo nos canários cobres devemos selecionar canários que mostrem um lipocromo de cor vermelho brilhante e com grande intensidade. Para conseguir que este lipocromo seja muito vermelho e brilhante é muito importante contar com uma cepa de canários cobres que tenham uma herança próxima do cardealito da Venezuela. Certamente, tenhamos que descartar aqueles exemplares que mostram o lipocromo pouco brilhante e apagado, como conseqüência de seu escasso potencial para assimilar ou depositar os pigmentos na plumagem, por problemas de saúdes etc. Seguindo com os critérios a se ter em conta na seleção desta variedade de cor, é importante deter-se a falar da feomelanina. Conforme padrão do standard da cor, se pode dizer que serão melhores pontuados aqueles exemplares em que os referidos pigmentos se manifestem minimamente ou se encontrem ausentes. Esta questão não nos deve conduzir a excluir de nossas seleções  exemplares com um pouco mais de feomelanina, pois a feomelanina é um componente vital para a vida dos nossos canários. O que devemos ter em mente, é sabermos diferenciar os canários de concurso e canários de trabalho, pois como já foi mencionado anteriormente não podemos acasalar canários muito oxidados entre si, temos que ter os canários de trabalho, que podem ser muitos bons para obter uma descendência de qualidade. Por esta razão, um dos critérios que eu sigo para obter exemplares muito negros é de selecionar fêmeas cobres nevadas com uma grande quantidade de feomelanina, para serem acasaladas com bons exemplares de intensos. Deve ser ressaltado que mesmo com a aparição da feomelanina na plumagem esta não interferirá no desenho melânico, continuará sendo negro, podendo ficar com a cor negra um pouco mais apagados, largos e contínuos. A feomelanina que rodeia o desenho, deverá ter um marrom bastante oxidado. Devemos selecionar os canários desta linha pelas analises do conjunto; desenho, lipocromo, tamanho,  categoria e forma. Por que um dos aspectos que mais nos chama a atenção em um canário cobre é o seu desenho, não devemos selecionar os exemplares nas quais as únicas virtudes são de mostrar grande desenho e esquecermos dos quesitos acima referido.


Cruzamentos aconselhados: O normal nestes canários é cruzar exemplares intensos com nevados, sendo indiferentes qual dos sexos destes devem ser intenso ou nevados. É imprescindível o cruzamento de exemplares que tenham pena curta com a pena larga.Um dos aspectos que tem que ser controlado.Os acasalamentos de exemplares com plumas excessivamente largas não são aconselháveis e inclusive poderão aparecer os fachos de penas em distintas zonas da plumagem, razão pela qual seriam penalizados no quesito de plumagem.
 

Quando utilizamos um macho cobre intenso é aconselhável que este tenha uma grande intensidade de cor de lipocromo, além de um desenho correto. Por esta razão é muito importante que o lipocromo cubra toda a cloaca. Nestes exemplares podemos juntar fêmeas nevadas, nas quais segundo minha experiência, dão melhores resultados se estão bem carregadas de feomelanina. É importante que tenham uma boa forma, prestando atenção especialmente nas dimensões do peito e da cabeça, as quais tendem a ser largos e redondos. São aspectos de grande importância, devido ao fato dos machos cobres intensos terem o biótipo mais tênue. Estes machos intensos, também podem ser cruzados com fêmeas cobres de categoria intermediária ou semi-intensas, obtendo-se assim uma maior descendência de exemplares intensos, que são os que mais são premiados em concursos. Devemos selecionar as fêmeas semi-intensas que reúnam as melhores qualidades no que tangem a forma e tamanho.O tamanho desta fêmea deve o mesmo tamanho da fêmea nevada, com isto obteremos exemplares intensos de tamanho muito bom. Por ultimo estes exemplares machos intensos também podem ser acasalados com fêmeas intensas. Deste cruzamento obteremos 50% de descendência de cobres intensos, 25% duplo intenso e 25% nevado. Devemos prestar a atenção em especial quando cruzarmos os canários que ambos tenham de penas curtas.Estes cruzamentos irão gerar exemplares intensos de penas curtas e os intensos com as penas excessivamente curtas, e com os seus desenhos muito bem marcados. Podendo apresentar defeitos e falhas na plumagem. É preciso esclarecer que o fator intenso não é um gen letal e que a homozigose, nem sempre produz a morte, e por isto existem intensos homozigóticos. Mas em algumas situações podem produzir efeitos degenerativos na saúde do canário ou na plumagem, mas nem sempre, sobre tudo se levarmos em conta a de cruzarmos exemplares intensos de penas curtas e penas largas.Por outro lado podemos cruzar exemplares machos nevados com fêmeas intensas, podendo seguir os mesmos conselhos explicados anteriormente. Baseados nas minhas experiências, não se conseguem ver as diferenças entra as descendências obtidas ao utilizar os diferentes cruzamentos entre machos cobres intensos com fêmeas nevadas ou vice versa.

Voltando ao assunto do desenho, é difícil negar que quando este é largo e contínuo, é uma das qualidades que mais nos chamam a atenção nos canários cobres. Para conseguir estes desenhos mais largos, como já havia me referido anteriormente é o trabalho de uma adequada seleção destas características e o adequado acasalamento.Podemos até recorrer a outros métodos que nos ajudem a melhorar os desenhos, como é o caso de cruzar os cobres intensos com os cobres mosaicos, os quais teen desenhos mais largos e contínuos que os cobres intensos e nevados. Devido ao interesse e as dúvidas que estes cruzamentos suscitam, vou me deter a explicar as vantagens e inconvenientes com que nos podemos encontrar quando cruzarmos exemplares intensos com mosaicos.

Os resultados destes cruzamentos podem ser  variados, dependendo sempre das características dos canários que cruzamos. Uma das questões principais uma vez mais, é saber que o cruzamento de exemplares de plumas curtas com plumas largas, podem ter como conseqüência uma geração de descendentes pouco homogêneas, inclusive de irmãos da mesma ninhada. Poderíamos obter exemplares nevados e intensos, nos quais em ocasiões acusariam defeitos na categoria, como o de não colorir a região da cloaca nos intensos e aparição de nevadismo, e escassez de lipocromo nos nevados, concentrando de lipocromo nas zonas de índices dos mosaicos.

Poderíamos obter também, canários de categorias intermediárias e os canários mosaicos defeituosos quanto à categoria e possivelmente também com a redução do desenho. Digamos que estes podem ser alguns dos inconvenientes que implicaria nestes cruzamentos, além de toda a descendência ser portador do fator mosaico, fato que desaconselharia o acasalamento destes exemplares, começariam a parecer exemplares mosaicos, que também na maioria acusariam diversos defeitos. Sem duvida, estes cruzamentos ajudariam a melhorar o desenho dos cobres intensos e também dos nevados.

Quando cruzamos canários cobres intensos com cobres mosaicos, é possível conseguir em suas descendências algum canário cobre intenso que não acuse os defeitos já explicados acima. Este terá um lipocromo mais vivo e listras mais largas que os normalmente encontrados nos cobres intensos normais. Destes cruzamentos aconselhamos somente a utilizar os cobres intensos, os cobres nevados não devem ser utilizados. Podendo ser seguido estes cruzamentos para melhorar o padrão adquirido.

A pigmentação dos canários cobres intensos e nevados.
Tudo que explicamos anteriormente quanto às características dos canários cobres e os critérios para sua seleção, nada valerão em nossos resultados, se não conseguirmos que o exemplar selecionado tenha uma boa pigmentação. O canário cobre, é descendente do Cardealito da Venezuela, por tanto quanto mais próximo se encontrar as nossas gerações do nosso plantel, melhor será a transformação do carotenóide pelo organismo dos canários  e conseqüentemente melhor será a sua coloração. Para pigmentar os canários de fator vermelho, devemos utilizar os carotenóides oxigenados. Existem muitos produtos para a pigmentação a venda no mercado. O Carofil, Cantaxantina, Bogena, Betacaroteno, etc. Eu utilizo o Carofil e Cantaxantina, meio a meio, na composição de 12 gramas para cada kilo de farinhada. Esta composição é fornecida aos canários até o final da muda. Quando encerra o período da muda, continuo fornecendo a farinhada junto com os pigmentantes, mas em doses menores e em freqüências diferentes. Após a muda a farinhada de manutenção da cor, tem a finalidade de pigmentar algumas penas novas, já que até a face dos concursos os canários sempre perdem penas. Podemos também adicionar os pigmentantes naturais na farinhada como a  beterraba, espinafre e pimentão vermelho,etc. O importante é se ter em mente que a farinhada oferecida durante a muda  deve conter o máximo de caroteno possível, sem que haja prejuízos na saúde dos canários. Existem criadores que misturam um pouco de azeite na farinhada já que os carotenóides que nos fornecemos são lipossolúveis, favorecendo uma melhor fixação dos pigmentantes. Para finalizar temos que saber que todos estes cuidados e critérios de seleção devem estar acompanhados de uma exaustiva higiene e cuidados da plumagem dos canários, para o qual deveremos evitar a debicagem durante a muda e oferecer banheiras para o banho diariamente.            
 


O planejamento nos acasalamentos é o fator principal na criação


Peço desculpas por não ter o nome do autor deste texto, mas não posso me privar de editá-lo, pois acho este texto excelente.

Na criação de canários, é comum o criador comprar um pássaro excepcional, por um preço idem e, para seu infortúnio, esse reprodutor só produzir pássaros de qualidade mediana. Toda a culpa acaba sendo jogada nesse pássaro, que não conseguiu imprimir as suas boas características, ou no outro componente do casal. Raramente o próprio criador reconhece não haver definido alguns critérios na hora do acasalamento.
Sempre ouvimos que determinado criador está na frente dos demais só porque importou alguns pássaros para seu plantel. Também não é inteiramente correto, pois, assim sendo, não estaríamos melhor em muitas cores do que os europeus, que são a fonte das importações.
O que apenas uma parcela atenta é para o fato da necessidade de formação de linhagens dentro dos seus plantéis; quem isso percebe, vai longe. No Campeonato Brasileiro, anualmente, nas listas dos classificados há uma repetição dos nomes dos criadores, e não é por acaso. Por quê um criador vende o seu Campeão Brasileiro e no outro ano volta a vencer, sem que os filhos daquele pássaro apareçam? A resposta é: esse criador possui uma linhagem de pássaros, e o campeão é só um integrante dessa família. Por outro lado, alguns criadores criteriosos, mesmo com menor expressão nacional, vem, ano após ano, subindo de posição entre os premiados.
É lógico que um pássaro que vence possui maior probabilidade de reproduzir bem, em função de toda a seleção que ocorreu para que ele nascesse e fosse escolhido no concurso. Porém, para os criadores que estão buscando um lugar entre os já "consagrados", o que deve ser feito? Seria muita presunção dar aqui uma receita de como criar somente pássaros premiados, pois nem eu mesmo sei. Aliás, ninguém sabe! O que quero frisar é que os criadores devem conhecer bem os seus plantéis, com as suas características e defeitos, para que possam "lapidar" os filhotes como desejarem, partindo dos acasalamentos.
Hoje, na canaricultura, os campeões quase sempre são escolhidos nos ligeiros detalhes que os diferenciam dos demais. Algumas cores estão tão avançadas que os critérios de desempate chegam a ter caracteres de subjetividade.
Na formação de uma linhagem devemos partir de pássaros que estejam muito próximo do desejado, consolidando essas características através, principalmente, de consangüinidade nos acasalamentos. Porém, será muito difícil se obter bons resultados com pássaros muito distantes dos padrões ideais.
Não é verdade que somente os grandes criadores, em tamanho de plantel ou prêmios, detenham todas as melhores características em suas aves. Criadores sérios e determinados tem conseguido ótimos resultados e produzido pássaros que trazem características positivas bem definidas.
Quando um reprodutor transmite muito bem as suas características, é um bom indicativo de que foi selecionado para essa finalidade, e que estas características estão estabilizadas no plantel, através de homozigoze.
Muitos falam em "choque de sangue" sem parar para pensar em como ele ocorre, ou qual é a sua finalidade. Acabam introduzindo pássaros novos em seus plantéis, sem nenhum critério objetivo, só para "mudar de sangue". No entanto, só haverá choque sangüíneo quando uma das linhagens estiver fechada e estabilizada por homozigoze. O outro pássaro, com informação diversa, promoverá uma injeção de novas características naquela linhagem. O resultado poderá ser dos melhores, se bem dirigido.
De maneira geral, podemos resumir que o caminho está na fixação de bons caracteres no plantel, fechando-o após atingir o nível de apuro ideal, e introduzir, após esse momento pássaros de qualidade, com as características desejadas para complementar aquele grupo. Assim, os objetivos propostos com os acasalamentos tecnificados estarão mais perto de ser alcançados.



Uma visão para quem esta iniciando sobre “A moeda do criador e evolução da qualidade das matrizes”

Para quem esta iniciando e necessita obter as matrizes para a sua criação, depara-se com diversas dificuldades. Em primeiro lugar o de conseguir as matrizes e segundo lugar se realmente o valor pago condiz com a qualidade dos canários e em terceiro o alto valor das matrizes excelentes. O criador iniciante deve ter em mente das dificuldades de se obter canários excelentes em um ano de criação. Às vezes de 100 filhotes de uma linha de cor, tiramos até 6 canários excelentes para concursos. Conheço criadores que me relataram que ha 4 anos não conseguem tirar bons canários para concursos. Logo, os canários “TOP”, teen que ter um diferencial de valor, pois são exceções. Esta valorização acontece em todos os meios da criação quer seja de eqüinos, bovinos,,,etc. 
Se o criador iniciante tiver capital para investir no plantel e também o apoio técnico de um criador, isto é excelente. O único detalhe é que ele deverá ter uma classificação excelente no primeiro concurso que participar, para poder valorizar os seus canários, caso o contrário, as suas matrizes para a venda terão pouca procura e conseqüentemente pouco valor. Uma outra forma de começar é a de obter matrizes boas e ir melhorando o plantel ano a ano. Nesta visão você pode utilizar o valor das vendas dos seus filhotes para a compra de matrizes melhores. Esta é a nossa moeda a “caixinha do canaril”.
Vou citar um exemplo:
Vou produzir com 15 casais, devo tirar em torno 90 filhotes e destes 90 filhotes, posso vender 70. Vou planejar uma margem de venda para estes filhotes em torno de R$ 70,00 cada, isto irá perfazer um total de R$ 4.900,00. Neste total posso planejar aplicar a metade para a compra de sementes e a outra metade para adquirir novas matrizes. A parte do dinheiro destinado para investimentos em novas matrizes, não se pode ter pena de gastá-lo, se o canário almejado custar R$ 1000,00 e valer o investimento compre, pois estará saindo da caixinha do canaril e não do seu bolso. Para mim este dinheiro de investimento somente tem um significado, o de obter canários do melhor padrão possível, visando sempre a melhora do plantel. O criador iniciante deverá estar preparado para algumas das dificuldades  nas  negociações com alguns criadores, pois neste meio existe um comércio muito forte e onde há comercio e negociações, existem as regras e as formas de negociações. Estas formas são tiranas pois, como já foi relatado anteriormente em um ano de criação tiramos uma minoria de canários excelentes e o restante da produção são de canários bons e canários para descarte. Logo, estes montantes de canários médios e ruins devem ser negociados pelo melhor valor possível e na maioria das vezes para se adquirir apenas uma matriz de boa qualidade, você terá levar 5 ou 6 nabas. Existem também aqueles que lhe vendem o canário por um preço razoável, mas você tem que levar dois, vindo um naba a tiracolo. Esta é a regra do jogo, por tanto fica um alerta, abra os olhos quanto for adquirir novas matrizes, tenha em mente que as matrizes excelentes, são guardadas a sete chaves pelos criadores e não são postas a venda. Quando forem oferecidos desconfie, pois alguma coisa de errado pode estar acontecendo.


As Melaninas nas Aves (Artigo traduzido por PSF)
Maurice Pomarède-França
Atualidades Ornitológicas - n° 76 - Março/Abril de 1997 - Revista SOBC 2002
A melanina é um pigmento produzido pela pele. Sua função na coloração da plumagem das aves é fundamental, sem ela o azul e o verde não existiriam e o pavão seria todo branco. A maior parte das variedades de criação devem seu aparecimento a distúrbios relativos a sua formação.



A melanina é um pigmento vital
Existe no mundo vivente um pequeno número de pigmentos que desempenham um papel capital, a melanina é um deles.

Os pigmentos são substâncias coloridas, de origem mineral ou orgânica, que dão origem à maior parte das cores do nosso meio. Nos seres vivos, alguns pigmentos dotados de propriedades particulares, são indispensáveis à vida. É o caso nos vegetais da clorofila, que caracteriza as plantas verdes e que, produzindo o oxigênio sob a ação da luz, assegura o equilíbrio entre o mundo animal e o mundo vegetal. Ela dá, igualmente, origem a matérias orgânicas que nos são indispensáveis (ácidos aminados, vitaminas etc.). Nos animais a hemoglobina, que dá ao sangue a sua cor vermelha, tem também papel primordial, assegurando o transporte de gás (oxigênio) saído da respiração, permitindo assim o funcionamento.
A melanina que deve seu nome à sua cor negra, não é assim tão indispensável, mas a sua abundância na natureza e as suas propriedades, fazem com que ela desempenhe uma função não menos importante. As aves são, com os insetos, os seres vivos que fazem o mais belo uso dela, uma vez que eles devem o essencial ao seu adorno. Isso se torna ainda mais interessante quando se sabe que a melanina, saída da degradação de um ácido aminado, a tirosina, pode ser considerada como um produto de resíduo admiravelmente reciclado.
O fato de sua já antiga criação e das numerosas variedades daí resultantes, as aves constituem um bom  material de observação, tanto melhor será a pesquisa quanto maior seja o número de criadores agrupados no seio de uma  Confederação Ornitológica Mundial. Foi por iniciativa desta que se criou a Comissão de  Pesquisas Ornitológicas, que tem a finalidade especial de explorar as observações dos criadores que possam ter interesse científico. Este presente estudo ilustra suas atividades.

A importância da melanina nas aves 
Muitos pigmentos espalhados pelo reino animal são designados com o nome de melanina. Produzidos pelo organismo, as melaninas colorem a pele e seus anexos: os pêlos, as unhas, as garras, as penas, e também os olhos. Não obstante as cores diferentes, todas as melaninas têm a mesma origem e propriedades vizinhas; também se designa a melanina para indicar o seu conjunto.
A principal função da melanina nas aves é a produção de cores. Numerosas aves, como o pavão Pavo cristatus, o diamante mandarim Taeniopygia guttata, o ministro Passerina caerulea, devem-lhe todas as cores de sua plumagem. Sem melanina elas seriam brancas.
A melanina, por ser uma proteína, contribui assim para tornar as penas mais robustas. Dessa forma é que o eixo de muitas penas, principalmente as de vôo (asas e cauda), é inteiramente impregnado de melanina marrom ou, mais comumente, de melanina negra. Esta última é mais resistente. Insolúvel na água e nos solventes usuais, a melanina resiste aos agentes mais corrosivos, porém ela é apreciada pêlos ácaros, parasitas da plumagem que se alimentam de penas. A muda, que assegura a renovação das penas, permite às aves disporem de uma plumagem nova a cada ano.
No olho a melanina circunda a retina e constitui a câmara negra. Ela colore  igualmente a íris, cujas cores, muito variadas, são o resultado de fenômenos óticos que são conseqüentes do estado sob o qual se encontra a melanina. Na ausência de melanina o olho torna-se vermelho, que é a cor do sangue que aí circula; a qualidade da visão fica diminuída.
Origem da melanina
O estudo químico e a origem da melanina permitem diferenciar dois tipos de melaninas: a feomelanina, geralmente marrom, e a eumelanina, normalmente negra. Por diluição elas dão origem respectivamente ao bege (marrom diluído) e ao cinza. Ao contrário da feomelanina, a eumelanina é um polímero, isto é, a sua molécula pode ser comparada a uma cadeia formada de elos parecidos. Cada elo corresponde a uma substância de base chamada manômero. A cadeia pode ser mais ou menos longa, mais ou menos desenvolvida, e muitas cadeias podem justapor-se estreitamente (de forma inseparável). Através de uma grande ampliação (microscopia eletrônica), as moléculas de eumelanina tornam-se visíveis, mostrando-se com a forma de bastonetes, em grãos ou em aglomerados,  no interior das penas. As moléculas de feomelanina, muito pequenas, geralmente não aparecem ao microscópio, vendo-se apenas um véu marrom.
A síntese da melanina é bastante conhecida. Ela ocorre no interior de células especiais, os melanócitos. Estes utilizam como matéria prima um ácido aminado fornecido pelo sangue, a tirosina. Uma oxidação marca o início de uma série de reações químicas que terminam num monômero (dehidroxi-5-6-indol). O encadeamento das moléculas de manômero, por oxidação, leva a eumelanina. Se o estágio da polimerização não é alcançado, os produtos obtidos evoluem para a feomelanina. A eumelanina corresponde ao fim da melanização e tem apenas uma só forma de eumelanina. Ao contrário, numerosas feomelaninas são possíveis, já que a melanização pode interromper-se em diferentes níveis e ela pode igualmente utilizar outros ácidos aminados transformados ou não em tirosina (a metionina ou a cistina, por exemplo, que contém enxofre). Enquanto que a eumelanina é negra, a feomelanina pode ser marrom, amarronzada ou mesmo alaranjada. A feomelanina e a eumelanina podem coexistir numa mesma região, o que tem levado a se falar impropriamente de eumelanina marrom.
A concentração em tirosina, a temperatura, o teor de oxigênio, os hormônios sexuais, podem agir sobre a melanização. A luz (que no homem a favorece), o excesso de vitamina C (que se opõe à oxidação), podem também ter influência.
Colocação das melaninas nas penas
Os melanócitos estão situados na derme, sob a camada geradora da pele. A pena é produzida por um folículo que corresponde a uma elevação da ectoderme. Os melanócitos migram então para o folículo e vão colonizar a futura pena. Esses passam por sua base, se bem que sua extremidade se forma em primeiro lugar.
Finos prolongamentos permitem aos melanócitos injetarem, com precisão, a melanina na pena. Disso resultam desenhos muito precisos (finas estrias, pontuações etc.). Estes desenhos dependem do crescimento da pena: se a melanização é tardia, a extremidade da pena ficará sem melanina; se ela se detém muito cedo, é a base da pena que não a conterá. A cor da melanina e, conseqüentemente aquela da pena, depende do desenvolvimento da melanização: se a eumelanina acontece com atraso, a extremidade da pena ficará marrom e a sua base será negra etc.
Cores produzidas pela melanina
A melanina é, antes de tudo, um pigmento. cor de um pigmento depende das radiações que reenvia: é amarelo se reenvia amarelo, marrom se reenvia marrom, branco se ele reenvia igualmente todas radiações, e negro se não reenvia nenhuma. Neste último caso, toda a luz recebida é absorvida.
As feomelaninas dão às penas as cores marrons eumelanina dá a cor negra. Estas cores são aquelas das cascas, dos rochedos, das folhas mortas. Estas cores favorecem a camuflagem. Elas são freqüentes nas fêmeas e nos predadores (raptores).
Porém a função da melanina é ainda mais importante. As melaninas são indispensáveis para produção do azul, do verde e do violeta nos psitacídeos de todas as cores do pavão.
Nestas aves a luz é decomposta por estruturas particulares e só algumas radiações são reenviadas; outras são absorvidas pela melanina. Nos psitacídeos em numerosas aves (diamante de Gould), as penas azuis têm nas barbas uma camada estrutural rica eu microgrânulos que decompõem a luz. Em profundidade as moléculas gigantes de eumelanina absorvem a luz que não é refletida. A mudança desta eumelanina pela feomelanina transforma o azul em violeta.
No pavão a luz é decomposta por uma série de microlâminas situadas nas bárbulas das penas. O mesmo ocorre nos beija-flores. A eumelanina situada na profundidade absorve as radiações não refletidas igualmente são as microlâminas que dão origem às cores caracterizadas de numerosas aves: pombo (Columba livia), galo (Gallus domesticus), corvo (Corvus corax) etc. Estas cores mudam segundo a orientação da luz que incide na pena.
A presença de carotenóides na pena permite passar do azul e do violeta à púrpura, mas as microlâmina podem produzir todas as cores sem que haja carotenóides. Na ausência de melanina negra estas cores, ditas estruturais, não aparecem.
A melanina negra intervém igualmente na pureza das cores. Sua presença na base das penas da máscara do diamante de Gould torna o vermelho mais puro. Se uma mutação a faz desaparecer, o vermelho torna-se mais claro. No periquito ondulado o azul é produzido pelas barbas das penas, mas é tanto mais escura quanto as barbas forem ricas em eumelanina.
Mutações da cor e do desenho da plumagem
A cor da plumagem é característica da espécie e ela difere freqüentemente segundo o sexo das aves. A repartição das cores é hereditária e, assim, de origem genética. Numerosos genes intervêm, uns concernem à síntese das melaninas, outros em sua repartição na totalidade da plumagem e também nas penas. A duração do depósito é controlada por genes cuja mutação muda o desenho nas penas. A repartição dos pigmentos de acordo com as regiões do corpo depende de genes de localização, que freqüentemente têm uma ação inibidora. Eles impedem o depósito em algumas regiões. Também no diamante de Gould um gene inibidor permite o aparecimento de uma máscara vermelha inibindo o depósito de melanina negra.
Todas as células do corpo recebem os mesmos genes, porém nem todos estão ativos. A atividade ou expressão de um gene depende da situação da célula no organismo. Ela pode depender de outros genes e também da ação de hormônios.
As mudanças que se observa nas cores das aves podem ser hereditárias. Neste caso elas são devidas às mutações de genes que intervêm na coloração da plumagem. Resultam de modificações, sejam no desenvolvimento da melanização, sejam na duração do depósito de pigmento durante o crescimento das penas, sejam ainda na localização da cor. Pode-se diferenciar três casos:

Mutações que concernem a melanogênese
A mutação mais freqüente nas aves de gaiola é aquela que muda a melanina negra pela melanina marrom. Esta mutação, dita marrom, canela ou cinnamom (caso dos psitacídeos) corresponde provavelmente a ausência de polimerização. Na ausência da enzima que permite esta polimerização, a eumelanina não aparece, ou aparece em pequena quantidade e muito tardiamente. No canário canela, a plumagem é marrom mas, ao se soprar as penas, vê-se um pouco de melanina marrom nas bases.
Uma importante frenagem da melanização ocasiona uma cor bege (marrom diluído), característica das aves chamadas isabelinas (canário, manon).

Mutações que atingem a duração do depósito
Nos canários inos, a melanina é marrom e está localizada nas bordas das penas. As interrupções no depósito dão origem as listas e bandas mais claras observadas nas penas (canários chamados asas cinzas). Se o depósito de melanina é muito tardio só as bases ficam negras (máscara vermelha do Gould).
Mutações que dizem respeito à localização das cores
Uma cor pode desaparecer localmente. Assim o peito de um diamante de Gould pode tornar-se branco. No diamante mandarim as bochechas, normalmente alaranjadas no macho, podem ficar brancas ou negras.
A síntese da melanina e seu depósito sendo coordenado, é freqüente que uma mutação haja por sua vez sobre a cor da melanina, sobre sua densidade e sobre sua repartição na pena. Ela pode também dizer respeito à cor do olho. O canário ino tem apenas melanina marrom; ela é diluída e apresenta-se apenas nas extremidades das grandes penas. O seu olho é vermelho.
Pode-se encontrar mutações semelhantes em numerosas espécies em criações, o que mostra uma grande similitude na melanogênes e na pigmentação das penas.
As aberrações da plumagem
Chamaremos assim a todas as anomalias cuja origem genética não sejam evidentes. Podem ser hereditárias ou não.
Aparecimento de manchas ou de uma pinta
Se em um local o depósito de melanina não se faz, então aparece uma mancha na plumagem. Se a cor da plumagem é devida somente à melanina, a mancha então é branca; se um carotenóide intervém, a mancha toma a cor do carotenóide. Assim, num canário, manchas amarelas podem acontecer. Num diamante  mandarim tem-se manchas brancas e vermelhas em pássaros de fundo vermelho. Quando as manchas são numerosas e importantes, tem-se uma malha ou uma pinta.
Manchas e malhas podem passar para a descendência, mas tem se constatado freqüentemente um deslocamento e uma deformação das manchas. A aptidão para o aparecimento de manchas é hereditário, porém seu deslocamento é variável. É possível pelos cruzamentos com seleção, dar-se maior ou menor importância às manchas. Assim, a partir de canários manchados obteve-se os canários amarelos; estes, cruzados entre si, dão canários amarelos, mas se cruzados com canários sem manchas dão canários variados. Isto permite a suposição da intervenção de um fator geral e de fatores de localização. Estes fatores mutados seriam recessivos e o fato que de canários de aparência normal possam ser portadores, explicaria o aparecimento de manchas ou seu deslocamento a seguir de um cruzamento. Além disso constata-se que se cruzando canário amarelo x canário não amarelo (dito melânico), proveniente de linhagens homogêneas, obtém-se pássaros de malhas simétricas (corpo amarelo, asas, cauda e cabeças normais, por forma de bastonetes, em grãos ou em aglomerados, no interior das penas. As moléculas de feomelanina, muito pequenas, geralmente não aparecem ao microscópio, vendo-se apenas um véu marrom.
A síntese da melanina é bastante conhecida. Ela ocorre no interior de células especiais, os melanócitos. Estes utilizam como matéria prima um ácido aminado fornecido pelo sangue, a tirosina. Uma oxidação marca o início de uma série de reações químicas que terminam num monômero (dehidroxi-5-6-indol). O encadeamento das moléculas de manômero, por oxidação, leva a eumelanina. Se o estágio da polimerização não é alcançado, os produtos obtidos evoluem para a feomelanina. A eumelanina corresponde ao fim da melanização e tem apenas uma só forma de eumelanina. Ao contrário, numerosas feomelaninas são possíveis, Já que a melanização pode interromper-se em diferentes níveis e ela pode igualmente utilizar outros ácidos aminados transformados ou não em tirosina (a metionina ou a cistina, por exemplo, que contém enxofre). Enquanto que a eumelanina é negra, a feomelanina pode ser marrom, amarronzada ou mesmo alaranjada. A feomelanina e a eumelanina podem coexistir numa mesma região, o que tem levado a se falar impropriamente de eumelanina marrom.
A concentração em tirosina, a temperatura, o teor de oxigênio, os hormônios sexuais, podem agir sobre a melanização. A luz (que no homem a favorece), o excesso de vitamina C (que se opõe à oxidação), podem também ter influência.
As manchas e as malhas podem aparecer em numerosas aves de criação eu silvestres. Algumas variedades novas são devidas à criação (periquitos ondulados manchados, calafate e manons brancos etc.). Na natureza tem-se assinalado casos chamados de albinismo parcial no melro negro (Turdus merula), no pintassilgo comum (Carduelis carduelis), no pardal (Passer domesticus) etc.
Mancha evolutiva
Em diversas espécies as manchas podem evoluir de uma muda para outra e esta particularidade é hereditária. Tanto é que no diamante da Nouméia (Erythrura psittacea), as manchas amarelas podem aparecer no verde da plumagem e aumenta, na mesma ave, na muda seguinte. Através de cruzamentos e seleções consegue-se diamantes desprovidos de melanina ficando com a cabeça amarela e cauda vermelha (observação de A. Menegazzi).
Num canário asas cinzas prateado (fundo branco, e não amarelo), umas manchas brancas apareceram e pouco a pouco foram aumentando até tornar-se branco. O mesmo aconteceu com um filho deste pássaro (observação de A. Gavilan).
Nestes dois casos deve-se estar na presença de mutações somáticas (elas têm lugar no indivíduo), como também na presença de genes saltadores que explicariam a instabilidade das manchas. Estes genes foram descobertos por Bárbara Mac Clintok (prêmio Nobel de 1983) em estudos em manchas de grão de milho e depois evidenciados em drosófilas e em bactérias. Igualmente existiriam nas aves.
O aparecimento de algumas manchas pode também ter outra origem. Assim, num canário macho, isabelino ou mosaico, a cabeça perde sua melanina depois de uma muda. Ela torna-se branca com manchas amarelas (máscara) devido a mutação mosaico. O desaparecimento da melanina nesta região poderia decorrer da ativação de um gene inibidor. É muito provável que os canários mosaicos saíram de uma hibridação com o pintassilgo comum (Carduelis carduelis), ou neste é uma inibição do depósito de melanina negra que permite o aparecimento de manchas brancas e vermelhas da máscara (manchas estas devidas a um carotenóide). É possível que o gene responsável por esta inibição tenha passado ao canário, ou tenha cessado de ser ativo. A reativação deste gene, por razão endócrina, pode ocasionar o desaparecimento da melanina em sua zona de ação (observação de R. Gardien).
O desaparecimento completo da melanina no curso de uma muda pode ser observado em diversas aves, não só canários, mas igualmente em psitacídeos (papagaio-cinza Psitacus erythacus). O canário que estava sem carotenóide tornou-se branco, o papagaio ficou em grande parte vermelho.
Melanismo
Designa-se assim o excesso de melanina na plumagem. Algumas aves têm uma plumagem que é invadida pela melanina negra, o que corresponde a uma melanogênese intensa. É devido a isso que se tem visto, várias vezes, o aparecimento em criações, dos canários negros. Também já se observou aves silvestres que tornaram-se negras. O grande naturalista Buffon registrou pintassilgos-comuns (Carduelis carduelis) negros e tem-se visto também serinos Serinus serinus negros, verdilhões Carduelis chloris negros ou quase negros, já que é raro que o negro seja perfeito. Aves exóticas podem igualmente apresentar indivíduos melânicos (diamante mandarim, diamante de Gould, degolado etc.). Consegue-se também que o melanismo seja pouco acentuado ou que seja localizado, na cabeça por exemplo (pintassilgo de cabeça negra).
Aparecido no momento de uma muda, o melanismo pode desaparecer na muda seguinte. De fato ele tem origem endócrina já que a principal causa é uma disfunção hipofisária. A hipófise, glândula de função capital, dá origem a um hormônio, a melanotropina (ou melano-estimulina: M.S.H.) que estimula a melanogênese. Com a disfunção acontece uma produção excedente de eumelanina. Esta aparece, antes de tudo, mas regiões que normalmente têm melanina e depois na totalidade da plumagem. A cor da plumagem fica modificada. O marrom é substituído pelo negro, acontecendo o mesmo com o azul, pois os microgrânulos da camada estrutural são mudados pelas aglomerações de melanina negra e, como conseqüência, a decomposição da luz (ou difração) não acontece. Os carotenóides podem resistir à melanização se estiverem protegidos por um gene que inibe o depósito da melanina (caso da máscara vermelha do diamante de Gould). Porém esta resistência pode ser vencida e a melanina negra ocupa então o lugar dos carotenóides.
No pintassilgo de cabeça-negra (N.T. melanismo no Carduelis carduelis) de F. Benaest, a sobrecarga em melanina negra foi fraca e a banda amarela das asas ficou conservada. Em troca, a cabeça ficou totalmente negra; o vermelho e o branco da máscara desapareceram.
No diamante mandarim macho de G, Guiliaume, a melanina negra invadiu toda a cabeça e o peito; o ventre ficou mais escuro e a cada negra, mas o dorso ficou somente amarronzado. Esta particularidade vem de que este macho apresenta a mutação dorso palha que normalmente clareia o dorso. Isto mostra que o melanismo pode ser freado pelo genótipo da ave. Este mandarim saiu de uma linhagem na qual havia aparecido uma fêmea que se tornou negra após a muda, ficando depois normal em período de reprodução. Cruzada com um de seus filhos ela deu outros filhotes dos quais um tornou-se negro. De saúde frágil, estes mandarins negros não conseguiram desenvolver linhagem. A hipófise de fato, age também sobre a reprodução e também sobre a saúde, daí a possibilidade de distúrbios graves, podendo acarretar a esterilidade e a morte precoce. O canário negro se mostrou fértil e sua descendência revelou que ele era do tipo negro-marrom (tipo primitivo). Os diamantes mandarins negros morreram precocemente e isto deve ter sido uma conseqüência da sua consangüinidade.
O diamante de Gould já apresentou muitos casos de melanismo o que permitiu se diferenciar várias etapas do fenômeno. Um melanismo fraco acarreta uma interessante mudança de cor: 
- o peito do macho, normalmente violeta, torna- se azul-cobalto. Esta mudança corresponde ao desaparecimento da feomelanina que é modificada pela eumelanina. De fato, tem-se constatado que o violeta do Gould provém da superposição de um azul estrutural produzido pêlos microgrânulos de eumelanina, com um marrom de origem pigmentar produzido pela feomelanina. Esta última está nas bárbulas das penas, enquanto que a eumelanina está na camada estrutural das barbas.
- O verde do dorso é mais escuro. O amarelo do ventre é menos puro e a melanina cinza colore as coxas da ave. Isto corresponde a um depósito difuso de eumelanina.
Um aumento mais forte em melanina acarreta o aparecimento de pontos negros no peito azul que fica mais escuro, e também o colar turquesa da ave. Se o aumento continua, o colar turquesa é invadido pela melanina negra e o peito se mancha de negro. Algumas manchas enegrecidas aparecem no amarelo do ventre que se torna cinzento.
Com muito mais melanina, a região anterior torna-se negra (Gould de M. Fillonneau) e o resto do corpo fica acinzentado ou negro. A máscara vermelha pode ficar preservada.
Um caso muito interessante foi aquele de um Gould mutante atingido pelo melanismo. A mutação, chamada de "dupla diluição" (o mutante de duplo fator é chamado "amarelo; com um só fator é chamado "pastel"), tem a capacidade de frear consideravelmente a melanização e daí obtém-se um Gould de dorso amarelo com peito ligeiramente diluído. Esta mutação é co-dominante, se bem que um macho portador apresenta um dorso claro e o peito violeta. Num macho obtido por F. Capelli, o dorso é verde claro, o colar turquesa é claro, mas o peito é de um azul cobalto muito lindo. Pode-se pensar numa nova mutação, mas a irmã desta ave, aparentemente normal, tem um peito violeta fortemente manchado de azul. Isto é um sinal de melanismo e pode-se pensar então que seu irmão pode  estar também atingido pelo melanismo. Porém nele o melanismo está moderado pela mutação dupla diluição, que dá uma ave de aparência normal, com um peito de um azul muito bonito.
Estas diversas observações mostram que pode existir aí, numa linhagem de aves, uma tendência ao melanismo e que as conseqüências deste podem ser benéficas ao criador. A obtenção em criação de linhagens melânicas é assim possível.
Sendo devida a função da hipófise, não é impossível que uma diluição geral de melaninas (aves chamadas pastéis) tenha como causa uma insuficiência hormonal.
Interação pigmentar
Na maior parte das aves, a cor da plumagem faz intervir as melaninas e os carotenóides. Estes pigmentos podem coexistir ou ocupar lugares distintos. A cor verde é obtida pela coexistência de um carotenóide amarelo e de um azul e necessita da eumelanina. Na arara-canga Ara macao as penas têm as extremidades vermelhas e a base é negra, do mesmo modo que no diante de Gould. No pintassilgo-comum Carduelis carduelis, carotenóides e melaninas ocupam regiões diferentes. 
Constata-se   freqüentemente   que   o desaparecimento ou a atenuação das  melaninas tem a finalidade de favorecer o carotenóide, que se torna mais intenso e, assim, mais importante na plumagem. Assim o carotenóide é bem mais abundante no canário amarelo que no verde, do qual ele deriva. Nos psitacídeos constata-se que a regressão das melaninas permite a expansão dos carotenóides; é o que mostra o periquito-de-Bourke rosa (Neophema bourkii) e o omnicolore lutino (Platycercus eximius). Mesma observação se refere ao Gould mutante chamado "amarelo", cujo dorso, normalmente verde, torna-se claramente mais rico em carotenóides amarelos. É mesmo possível que um importante aumento em carotenóide provoque uma troca de cor, passando então do amarelo ao vermelho (omnicolore rubino). Tudo se passa como se a presença da melanina se opusesse àquela do carotenóide e como se a extensão do carotenóide dependesse da regressão das melaninas. 
Esta observação se aproxima mais daquela que diz respeito aos filhotes de aves. Neles, os carotenóides ganham importância somente tardiamente, às vezes na puberdade. Sua plumagem é, antes de tudo, neutra; depois fica escurecida na base por melaninas, o que favorece o mimetismo com o meio natural. No diamante mandarim, no diamante de Gould, o bico é inicialmente todo negro; depois ele torna-se mais claro no Gould (sua extremidade se mancha de vermelho) e no mandarim fica inteiramente vermelho. O estudo da máscara vermelha do Gould tem mostrado que a ação do carotenóide depende da inibição da melanina, ocupando seu lugar no filhote; esta inibição não acontece na variedade chamada cabeça-negra. De uma maneira geral, a ativação do carotenóide é permitida pela regressão da melanina.
Conclusão
O estudo das melaninas nas aves mostra que o pigmento, sob suas diferentes formas, desempenha uma função capital. Não somente ela origina as cores pigmentares, indo do negro ao cinza mais diluído, ou do marrom ao bege mais claro (isabelino diluído), como também é indispensável na produção de cores estruturais e, particularmente, na produção do azul e do verde, da qual derivam. Assim, as cores das plumagens têm para as aves uma grande importância; elas são a carteira de identidade da ave e têm uma função numa linhagem, principalmente no período de reprodução. O aparecimento de uma plumagem nupcial, os cortejos que acompanham a formação do casal, são igualmente indícios da importância da cor da plumagem nas aves e com ela, a importância da melanina. 
A criação, favorecendo a obtenção de variedades novas, tem mostrado a freqüência e a importância das mutações da plumagem nas aves. A maior parte corresponde à anomalias no desenvolvimento da melanogênese ou na ação dos pigmentos. Um estudo sistemático destas mutações poderia levar a se fixar as etapas da melanogênese e seus pontos fracos. Isto supõe em primeiro lugar, um estudo comparado destas mutações que podem ser, ou não, comuns a várias espécies de aves. Os mesmos genes da cor podem existir em espécies diferentes mas como, no genoma, um desenvolvimento diferente. A mesma mutação, neste caso, produziria efeitos mais ou menos diferentes.
O estudo das mutações da plumagem permite igualmente constatar que o mesmo fenótipo pode ser obtido por vias diferentes: manifestadamente numerosos genes intervêm na cor da plumagem, uns de ação geral, tendo em papel diretor; outros assegurando o controle ou aumentando a perfeição necessária. Os mecanismos são tanto mais admiráveis quando se sabe que a pena é um órgão morto e que sua cor deve portanto ser programada com uma maior precisão. A separação das microlâminas, que dependem das cores estruturais, deve ser obtida com uma precisão de 1/10.000 de milímetro; assim, se ocorre um erro, surge uma cor diferente.
As referências entre carotenóides e melanina permitem pensar que inicialmente a plumagem das aves tinha apenas cores pigmentares devidas a melanina; o negro, o marrom, o cinza e suas nuances dominavam. É provável que o vôo das aves sendo rudimentar, elas viviam ao sol ou nos rochedos, confundiam-se com as folhas, cascas, terra e as pedras. Por conseguinte, elas souberam incorporar os carotenóides em sua plumagem e a colocação destes no lugar foi obtida por regressão e inibição da melanina. O aparecimento de cores vistosas se liga a dois fatores, uma sexualização mais marcada e um vôo mais eficaz. Os machos têm atraído mais a atenção das fêmeas mas, graças a maestria do vôo, eles têm tido mais chances de escapar dos predadores. A necessidade de micro-estruturas mais elaboradas permite supor que as cores estruturais apareceram por último. Cambiando-se com os carotenóides, elas têm permitido plumagens de cores suntuosas e mais variadas. Pode-se pensar que a vida arborícola, em floresta tropical, desempenhou uma grande função na evolução colorida das aves. Este modo de vida procura abundantemente os carotenóides, pois ele assegura uma proteção rápida (na sombra as cores se apagam), a aquisição do verde também muito favoreceu. 
De todos os seres vivos as aves são, ao que parece, aqueles que melhor souberam utilizar a melanina.



A constatação dos aumentos das transmissões hereditárias de doenças em acasalamentos consangüíneos.
Os acasalamentos consangüíneos em determinados momentos são necessários para a padronização dos canários do nosso plantel, mas por vezes apresentam alguns inconvenientes que nos impedem de seguir o processo de melhoria de uma linhagem do plantel.
A constatação foi a seguinte;
Nos acasalamentos de 2008, em um casal de canários verdes mosaico nasceram filhotes excelentes. Dos filhotes se destacavam três fêmeas, que eram fora de série, inclusive duas delas obtendo boas colocações e pontuações em campeonatos na minha região. Uma destas três fêmeas nasceu com Glaucoma nos dois olhos. No decorrer do ano, alguns destes filhotes que nasceram normais desta ninhada, foram vendidos e mais tarde conversando com os criadores que os havia comprado, eles me disseram que alguns dos filhotes dos canários verdes mosaicos que foram comprados do meu canaril, nascerão com problemas de visão. Nos acasalamentos  de 2009, utilizei o velho casal de verde mosaico e novamente nasceu um filhote com glaucoma nos dois olhos. Os filhos deste casal que nasceram normais no ano anterior em 2008, foram acasalados com canários de outro sangue e aparentemente não tive problema algum com os seus filhotes.
Com a morte do canário macho do velho casal de verde mosaico, acasalei em 2010, a mãe com um filho da primeira geração de 2008. Nasceram três filhotes, todas fêmeas e de excelente marcação e as três com Glaucoma nos dois olhos. Fica o meu questionamento, vale a pena seguir com esta linhagem? Será que os filhotes que nasceram normais, não irão apresentar este problema mais tarde?
A lição que possa tirar do acontecido, é que; nos acasalamentos consangüíneos muito próximos, ampliam as probabilidades das transmissões genéticas das anomalias herdadas por heranças genéticas. Se nos acasalamentos consangüíneos feitos, nenhuma anomalia se manifestar nos anos subseqüentes, podemos seguir o processo.  Mas se houver qualquer incidência que nos indique alguma anomalia herdada, acho que esta na hora de parar o apuramento desta linhagem.



Para quem aprecia o canto dos canários.
Confesso que ando meio saudosista em relação ao canto dos canários. Não se escuta mais um canto de canário cristalino, fino, flauteado ou capainha. Esta falta de beleza do canto dos canários foi gerado devido à introdução da genética dos canários de porte, em especial a genética dos Glosters nos canários de cor, com a finalidade de melhorar as listras dorsais e o formato do corpo. Quando me refiro à má qualidade de canto, estou citando os canários de alto apuramento genético. Ás vezes quando estou indo para o trabalho ainda escuto alguns canários, que para nos não tem valor algum, pois são canários sem raça indefinida e com mistura de cor, com o canto muito agradável, sendo melodioso e ao mesmo tempo com variações de canto.
Para quem aprecia o canto dos canários, independente da raça do canário ou até mesmo da classificação, se for um canário de canto ou de cor, o canário que mais se destaca no canto são os verdes ou os salsas como vulgarmente são chamados. Toda linha de canário de porte tem o seu canto muito batido, forte e estridente e às vezes se tornam inconveniente em locais fechados, dentre eles cito; os Glosters, os Norwich e Yorkshire.
Uma raça de canário que eu gosto muito do canto, é a dos Frizados, que tem como característica a docilidade e o som cristalino em seu canto. 
Os canários de canto da raça Roller, eu acho o som do canto muito feio, abafado, oco, apesar de apreciar a variação do seu canto, que é como se fosse um musical em diversos atos. Para mim hoje, o canário de canto que mais se destaca  é  o “Timbrado Espanhol”, que possui uma grande variação no canto, mas que ainda peca no quesito de força no canto, para o meu gosto é muito forte.  
Para os apreciadores do canto dos canários, tenho reparado que existem duas formas de canto de belezas melódicas diferentes. Após os acasalamentos e passado o período da muda, o canário canta por prazer, tendo o seu canto melodioso e em tom agradabilíssimo. No segundo momento é quando eles estão se aprontando para os acasalamentos, aí muda tudo e o tom de guerra entra no canto, tornando o seu canto estridente, áspero, forte e agressivo tendo a finalidade de atrair a parceira e de superar e afastar os seus rivais.

Leis de Gregor Mendel


Um pequeno estudo sobre o magnífico trabalho deste cientista designado o Pai da Genética,,,Este foi certamente um homem iluminado, pois até o material que utilizou para as suas pesquisas, as ervilhas e os galos e as galinhas andaluz colabolarão para o exito do seu trabalho.

Mesmo seguindo a critérios de seleção com base nos históricos genéticos e fenótipo dos canários para serem utilizados nos acasalamentos, ainda ficamos a mercê da sorte, pois na roleta da genética tudo pode acontecer. Gosto muito de um texto que li, que exemplifica as possibilidades e acasos da genética. Abaixo segue a cópia de um pequeno trecho do texto.

A estória de um famoso cientista  que, numa festa na qual estava sendo homenageado, foi abortado por uma linda e inconveniente modelo fotográfico que, depois de incomodá-lo bastante saiu com esta "pérola" de afirmativa;
Imagine se nós tivéssemos um filho com a sua inteligência e a minha beleza!
Já bastante aborrecido o cientista respondeu:
É verdade. Mas, se tivesse a minha feiúra e a sua inteligência (leia-se burrice) imagine o monstro que teria nascido!


Definições de algumas palavras contidas no texto

Homozigoto: Possui os dois genes alelos de forma idêntica. Pode ser  ‘AA’ de dominância ou ‘aa’ recessivo.

Heterozigoto:Possui os dois genes alelos de forma diferente ou seja, um gene da forma dominante ‘A’ e outro recessivo ‘a’, formando o par ‘Aa’.


Genótipo: Carga genética de um indivíduo.

Fenótipo: Aparência externa ou seja o que se vê.

LEI DA PUREZA DOS GAMETAS ou LEI DA DISJUNÇÃO ou LEI DA SEGREGAÇÃO DOS GAMETAS DA PRIMEIRA GERAÇÃO FILIAL

Mendel chamou isso de "Lei da Segregação". As características herdadas são passadas igualmente por cada um dos pais, e, em vez de se misturarem, elas se mantêm separadas.

Nas células somáticas os fatores hereditários, se encontram sempre aos pares, na forma de dois alelos, mas durante a formação de novas células zigotos, cada alelo irá se separar de forma isolada e pela lei do acaso, cada alelo, um alelo herdado do pai e outro herdado da mãe, irá formar um par dos genes que conterá a informação genética de acordo com as informações que este par é responsável pela transmissão na célula zigoto.

Estas conclusões foram obtidas através dos cruzamentos entre ervilhas amarelas com ervilhas verdes, onde toda a geração resultante filial-1 ou ‘F1’, eram todas de ervilhas Amarelas, mas que ao cruzar as ervilhas Amarelas da geração ‘F1’ entre si, resultaram em uma geração filial-2 ou ‘F2’, de ervilhas Amarelas e Verdes. Analisando estes fatos Mendel chegou a seguinte conclusão;
Que existe um gene responsável pela transmissão da informação genética na estrutura das células somáticas.
Estes genes são compostos por alelos. Que os gametas ou cromossomos são formados por pares de genes e cada gene pode conter uma carga dominante ou recessiva e por último a segregação dos genes nos gametas.
Referente a segregação dos genes nos gametas: As células somáticas são diplóides possuindo pares de cromossomos e conseqüentemente pares de genes e as células germinativas ou gametas são haplóides não formam pares estão na forma isolada.

Primeiro Estudo

O Cruzamento de Ervilhas Amarelas Dominantes ‘AA’  X Ervilhas Verdes Recessivas ‘aa’

Resultado 'F1';
100% da geração ‘F1’ serão ‘Aa’  Ervilhas Amarelas portadoras recessivas de Ervilhas Verdes ou impuras.

Segundo Estudo

O Cruzamento de Ervilhas Amarelas  ‘F1’  ‘Aa’  X   Ervilhas Amarelas  ‘F1’  ‘Aa’

Resultado 'F2';
25% da geração ‘F2’ serão ‘AA’  Ervilhas Amarelas puras.
50% da geração ‘F2’ serão ‘Aa’   Ervilhas Amarelas portadoras de verdes ou impuras.
25% da geração ‘F2’ serão ‘aa’    Ervilhas Verdes.

Ao cruzarmos indivíduos puros pertencentes a uma mesma raça, os filhos da primeira geração filial serão fenótipicamente e geneticamente iguais.
Um homozigoto dominante ‘AA’ com um homozigoto dominante ‘AA’. A geração F1 será 100% de homozigoto.

Exceções:

  •   Se cruzarmos um homozigoto dominante ‘AA’ com um homozigoto recessivo (‘aa’). Os indivíduos da      geração ‘F1’ será;
           100% de indivíduos heterozigoto ‘Aa’ ou impuros.

  •   Se cruzarmos dois indivíduos iguais  heterozigóticos (‘Aa’). Os indivíduos da geração ‘F1’ serão;
            25%  de indivíduos homozigotos dominantes  (‘AA’).
            25%  de indivíduos homozigotos recessivos    (‘aa’).
            50%  de indivíduos heterozigotos impuros  (‘Aa’).

  •  Se cruzarmos um indivíduo homozigoto dominante ‘AA’ ou Recessivo ‘aa’  com um indivíduo heterozigoto ‘Aa’, os indivíduos da  geração 'F1' serão;
           50%  dos descendentes serão iguais geneticamente ao primeiro indivíduo.
           50%  serão iguais ao segundo.

  • Se um dos pais possuir algum caráter que apresente uma dominância e esta dominância não consegue e não tem a força para se sobrepor a outra. Estamos diante da dominância  incompleta, onde os filhos terão e  apresentarão o caráter de dominância, sendo que o outro caráter também deverá se manifestar.
           Exemplo: Canário Branco X Canário Amarelo = Branco Dominante

Segunda Lei de Mendel
Lei da segregação independente dos genes.

A segunda lei de Mendel  foi originada mediante os estudos dos resultados obtidos da geração filial-2, nos cruzamentos entre indivíduos da geração filial-1 ou “F1” entre si. Onde todos os indivíduos dos cruzamentos eram de ervilhas Amarelas e os resultados destes cruzamentos “F2”, eram de ervilhas Amarelas e Verdes.

Cruzamento de Ervilhas Amarelas  ‘F1’   ‘Aa’  X   Ervilhas Amarelas  ‘F1’  ‘Aa’

Resultado 'F2';
25% da geração ‘F2’ serão ‘AA’  Ervilhas Amarelas puras.
50% da geração ‘F2’ serão ‘Aa’   Ervilhas Amarelas portadoras de verdes ou impuras.
25% da geração ‘F2’ serão ‘aa’    Ervilhas Verdes.

Examinando estes cruzamentos ficou constatado que alguns genes opostos ou antagônicos, que haviam permanecido junto na célula zigoto da geração “F1”, irão se separar e irão migrar ou serão transferidas para a célula zigotos  da geração “F2”. Este processo irá resultar no surgimento de novos genótipos puros “AA” e “aa”, que serão idênticos aos genes dos seus avós. A disjunção ou separação destes genes constitui a principal  conclusão do seu experimento, que permitiu afirmar que os caracteres genéticos  mantidos nos genes possuem uma individualidade própria e que estes genes serão transmitidos ao longo das gerações.

Terceira Lei de Mendel
Lei da independência dos genes e suas livres combinações.

Examinando as ervilhas Mendel notou que além da cor, algumas destas ervilhas possuíam características diferentes. Reparou que existiam ervilhas com a casca lisa e de vagem estufada  e ervilhas de casca rugosa e de vagem murcha e outras características e que estas características estavam presentes em ambas às cores de ervilhas e começou a cruzá-las entre si. Nos estudos destes cruzamentos ficou claro que na criação de uma  nova célula zigoto é transmitido uma infinidade de caracteres genéticos pela lei universal do acaso. Onde é possível obter novas variedades através da seleção e transmissão destas características nos cruzamentos.


Utilizando a criatividade para superar as dificuldades

Como sempre existiu pouco interesse por parte dos médicos veterinários em dedicar às suas pesquisas e atendimentos na área dos canários, pois o retorno financeiro é muito baixo. Imaginem o custo para fazer os exames laboratoriais dos materiais coletados dos canários e mais o custo da consulta do médico veterinário. Certamente seria muito dispendioso para o criador, pois na maioria das vezes nem o próprio criador tem acesso ao sistema de saúde. Por estes motivos o criador sempre esteve disposto a pesquisar e a experimentar com a finalidade de combater certas doenças dos seus canários e a criar novas formas de manejo. Cada criador é uma enciclopédia de conhecimentos e métodos empíricos para atender as suas necessidades e que na maioria das vezes propiciam bons resultados. E assim segue a banda, acho que será sempre desta forma, pelo fato de todo o criador ser um apaixonado pela arte da criação e que pela sua persistência, jamais se deixará vencer pelas dificuldades.
Um fato que nos ajudou muito foi o desenvolvimento dos aviários e abatedouros de aves, pois estes foram obrigados pelos órgãos de saúde a terem seus manejos e instalações controladas por médicos veterinários especializados em aves. Devido a este fato os criadores de canários aproveitaram os estudos realizados em aves de corte para melhor conhecer as doenças que são acometidas as aves em criadouros e a forma de combatê-las. Também aproveitaram estes estudos para melhorar o manejo das aves na sua instalação.
A inventiva nos diferencia dos produtores de aves, pois sempre pensamos nas aves de forma individualizada, pois cada uma delas tem uma finalidade dentro do nosso plantel e não gostamos de perdê-las. Para o produtor de aves, se a margem destas perdas forem mínimas, tudo bem, pois estão dentro do previsto. Devido a esta visão individualizada voltada para o canário, o criador sempre tem a necessidade imperativa de ter uma solução rápida para o seu problema. Esta é à parte socializada da canaricultura, onde todos os criadores quando solicitados, tentam colaborar, indicando medicamentos, aconselhando alterações da forma de manejo ou indicando criadores que tiveram os mesmos problemas e conseguiram solucionar.
 
Devido a busca de soluções para os problemas que aparecem no dia a dia na criação, segue abaixo algumas das inventivas criadas. Algumas ainda são utilizadas e outras cairão em desuso.

Azeite de Oliva pincelado na garganta era utilizado para ajudar a evacuar as fezes presas.

Azeite de Oliva introduzido pelo ânus da ave com a ajuda de uma conta gotas, servia para ajudar a expelir o ovo preso nas fêmeas.

Neocid em pó, para matar pulgas, piolhos, formigas e baratas. Era aplicado direto na ave.

As gaiolas tinham seus fundos pintados com água e cal.

O enxofre era adicionado na água para combater certos vírus, bactérias e vermes.

Quando o canário parava de cantar ou ficava rouco, colocava-se uma gota de Wisky no bico.

O vinagre misturado à água  era utilizado para lavagem das verduras com a finalidade de combater os vermes. 

O vinagre de maçã ou de álcool na água do banho para combater os piolhos.

Acaricida em pó ou inseticida: Colocava-se o canário com problema de ácaro dentro de um saco plástico e se pulverizava com pó acaricida ou inseticida dentro do saco e logo em seguida, se fechava o saco com o canário dentro, por alguns segundos,  para que ao inspirar o “medicamento” ou “inseticida”, eliminasse os ácaros do sistema respiratório.

Para cauterizar os ferimentos era utilizado o ferro de solda elétrico de baixa potencia, braza de cigarro e palitos de fósforos quentes.

A maioria das medicações era para o uso humano ou para aves de grande porte. Hoje já temos uma variedade de medicamentos voltados para os canários.    

Amputação de dedos, patas e quistos utilizando amarração com barbante.

O uso da ivermectina injetável para cães (Ivomec), foi e ainda é, utilizada por alguns criadores para combater as acarioses. Esta adaptação foi uma revolução para nos criadores. Hoje já possuímos desparatizadores próprios para os canários.

Os aparelhos de refil para combater os mosquitos; Os químicos responsáveis pelos seus produtos nos dizem que estes produtos não devem ser utilizados em criatórios de aves e que não se responsabilizam, mas nos pedem que os mantenham informados sobre os resultados obtidos. O que reparamos é que alem de afugentar os mosquitos, os canários tem uma menor incidência de ácaros do papo. Mas os técnicos responsáveis pelos produtos dizem, que os seus produtos não têm ação sobre os estes ácaros. Então quem é o responsável pela diminuição constatada das acarioses, quando se utiliza o refil repelente para mosquitos ?   

Para os piolhos não vejo nada melhor do que o KILL RED. Tenho lido muitos os comentários sobre o uso deste produto na internet e muitas pessoas estão condenando o uso. Eu utilizo este produto a mais de 5 anos, nas banheiras de banho, pelo menos uma vez por semana, onde os canários inclusive bebem a água com este medicamento, às vezes pulverizo todas as gaiolas sem retirar os potes e bebedouros. NUNCA tive problema algum. Este procedimento é utilizado por quase todos os criadores da minha região e todos eles com mas de 100 matrizes em suas instalações. Quando compro o produto realmente ele vem em pote fracionado, sem a especificação dos princípios ativos, apenas vem com a informação da proporção que deve ser aplicado. Pode ser até que seja perigoso, mas acho impossível, pois nunca me causou problema ou fiquei sabendo de algum tipo de problema que tivesse sido provocado pelo seu uso. 
 

Importância dos Banhos de Sol para os canários.
As aves necessitam de sol regulamente, pois os raios ultravioletas (UV) são essenciais tanto para alimentação, reprodução e imunidade das aves. Em relação à alimentação, sabemos que a captação dos raios UV é fundamental na seleção dos alimentos pelas aves. É por meio dos raios UV que as aves têm a capacidade de distinguir as cores, enxergando os alimentos vermelhos bem mais vermelhos assim como os verdes bem mais verdes, condição fundamental para estimular o apetite das aves.
A grande diferença entre as aves e os seres humanos, é que estas enxergam os raios UV que fazem parte da luz natural do sol. A vida sem os raios UV para as aves seria como se os seres humanos vissem tudo em preto e branco. Em criações de aves em ambientes fechados, os raios UV da luz do sol que entram pela janela são eliminados pelos vidros. Outro agravante é que as fontes normais de iluminação doméstica não emitem os raios UV.
Em relação à reprodução, sabemos que sem os raios UV algumas espécies de aves não conseguiriam diferenciar o sexo entre elas. Sem uma fonte equilibrada de luz, o ciclo endócrino (falta de luz para estimular as glândulas pineal e hipófise) fica comprometido, alterando, assim, a capacidade das aves de diferenciar a noite do dia, condição essencial para a produção de Melatonina, que é a substância que regula o ciclo biológico das aves, e que também afeta a produção e liberação de hormônios essenciais para a reprodução das aves. Outro fator importante que devemos ressaltar é que uma iluminação inadequada pode provocar também sérios problemas de saúde às aves como, por exemplo, desnutrição, problemas respiratórios, digestivos e metabólicos.
Lâmpadas especiais
As aves necessitam da vitamina D3 para o desenvolvimento do esqueleto. Para isso, os raios ultravioleta B (UVB) são necessários para sintetizar a vitamina D3. Recomendamos que qualquer pessoa que deseje criar aves deve adquirir lâmpadas especiais para pássaros e, assim, oferecer a radiação UV artificial às aves. Essas lâmpadas emitem raios UVA e UVB suprindo as necessidades dos pássaros em cativeiro desde que usadas corretamente, respeitando o período de luz diária. Também é importante ressaltar a necessidade de colocar as aves para tomar banho com água e de sol, de preferência no período da manhã, entre as 8 e 9 horas.
Deve-se ter muito cuidado pra não deixar a ave por um período muito prolongado sob o sol. Para maior segurança, recomenda-se colocar sobre a gaiola um pano que cubra uma parte da área, oferecendo sombra, pois o pássaro escolherá o tempo que deseja ficar sob o sol.
 

William Cardoso Maciel
Professor de Ornitopatologia da Favet/UECE
 


Geração do Sexo no processo de fecundação;
Em todos os seres vivos que geram embriões através de óvulos fecundados, existe um processo a ser realizado para que o espermatozóide chegue até o óvulo para que ocorra o milagre da fecundação, dando origem a todo o processo embrionário. Quando os espermatozóides são lançados no interior das vias de acesso aos ovários, os ovários liberam o hormônio, nas fêmeas humanas tem o nome de Fertilizina,  que tem como finalidade a de atrair e guiar os espermatozóides até os óvulos, para que um dos espermatozóides premiado possa romper a membrana do óvulo e fundir-se com o núcleo da célula para iniciar o processo embrionário. Nesta corrida dos espermatozóides o sexo é definido por um cromossomo herdado do pai e o outro herdado da mãe. O par de cromossomos  XX  (nas aves) irão gerar os machos e os XY (nas aves) irão gerar as fêmeas.
Os espermatozóides teen características diferentes os do tipo X ,  que tem a função de gerar os machos, são mais rápidos para se locomover, entretanto são mais frágeis no que tange a acidez. Os do tipo Y que tem a função de gerar as fêmeas, são mais lentos e mais resistentes à acidez.
Nos seres humanos existe uma diferença quanto à codificação genética dos cromossomos ligados ao sexo,  nos machos humanos são XY e nas aves são XX e as fêmeas humanas são XX e nas aves XY.
Todo este preâmbulo é para justificar uma hipótese de um amigo que vêem constatando que o aumento do potássio na alimentação na época do acasalamento provoca a eclosão de um maior número de fêmeas. Talvez o potássio possa alterar a relação da alcalinidade no interior da fêmea, tornando o meio mais ácido ou  menos ácido, interferindo pelo grau de acidez  na definição do sexo do embrião. Abaixo segue a lista dos alimentos ricos em potássio; Couve, Espinafre, Repolho, Brócolis,  Pepino, Milho, Jiló,  Cenoura, Pêra, Maçã, Ovos, Arroz, Aveia, Mel e óleos.
Achei que esta informação seria  muito interessante e que os amigos  ajudassem a constatar esta hipótese.    



Cuidados com o excesso de medicamentos - Amprólio.
Estou colando o resumo dos estudos feitos com o Amprólio no blogger, pelo fato de alguns textos serem retirados do seu servidor de domínio pelo seu autor e consequentemente da internet e o seu link fica perdido nas páginas que o utilizam. O intuito da adição deste texto, é que tenho reparado um número muito grande de canários com distúrbios neurológicos e alguns criadores fazem atribuições destes sintomas ao vírus da vaca louca.
Procurando informações a respeito das origens dos problemas neurológicos, encontrei algo interessante; O estudo que relata os problemas sérios causados no sistema neurológicos pelo uso em excesso do medicamento Amprólio. O amprólio é um antibiótico utilizado em larga escala na canaricultura para combater a coccidiose. A utilização deste medicamento pode ser na forma direta ou indireta. Alguns criadores utilizam este produto o ano inteiro na farinhada da forma indireta. 
Estou tentando alertar quanto ao uso dos medicamentos, eles devem ser fornecidos as aves quando necessário e nas doses e períodos corretos conforme indicação da bula. Tenho verificado que a maioria dos criadores fornecem medicamentos em excesso para as suas aves, chegando a alguns casos a causar lesões nos órgãos internos (fígado, rins, olhos, intestinos). Sendo que em muitas vezes um bom banho de sol e ou a troca da alimentação e ou a limpeza no ambiente, já é o passo correto para a cura.
Não estou condenando a utilização do Amprólio. Estou criticando toda a forma descontrolada de utilização dos medicamentos. Onde a bula diz utilizar por 4 dias e suspender a medicação, é diferente de dar uma tampa do medicamento durante um ano inteiro.  


Pesquisa Veterinária Brasileira
Print version ISSN 0100-736X
Pesq. Vet. Bras. vol.29 no.9 Rio de Janeiro Sept. 2009
http://dx.doi.org/10.1590/S0100-736X2009000900012 
Polioencefalomalacia experimental induzida por amprólio em ovinos
Fabiano J.F. de Sant'AnaI; Ana Paula A. NogueiraII; Roosevelt I.C. SouzaII; Suzamar G. CardinalII; Ricardo A.A. LemosIII; Claudio S.L. BarrosIV
IPrograma de Pós-Graduação em Medicina Veterinária, área de concentração em Patologia Veterinária, Centro de Ciências Rurais, Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS 97105-900, Brasil. Bolsista do CNPq 
IIPrograma de Pós-Graduação em Ciência Animal, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FAMEZ), Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Av. Filinto Müller s/n, Cidade Universitária, Campo Grande, MS 79070-900, Brasil 
IIIDepto Medicina Veterinária, FAMEZ, UFMS, Campo Grande, MS 
IVDepartamento de Patologia, UFSM, Santa Maria, RS. Pesquisador 1-A do CNPq (Proc.307876/2006-3). E-mail:claudioslbarros@uol.com.br


RESUMO
Para estabelecer um modelo experimental para o estudo da etiologia, patologia e patogênese da polioencefalomalacia em ruminantes, a condição foi induzida em cinco ovinos pela administração oral de amprólio nas doses diárias de 500 e 1.000mg/kg de peso animal, respectivamente por 28-59 dias e 13-39 dias. Todos os ovinos morreram ou foram eutanasiados in extremis após um curso clínico de 3-7 dias. Os sinais clínicos incluíam depressão, incoordenação, midríase, bruxismo, cegueira e decúbito com opistótono e movimentos de pedalagem. Salivação excessiva e posição de cavalete foi observada em um ovino e mioclonias em um  outro. Os principais achados de necropsia restringiam-se ao sistema nervoso central e incluíam tumefação do encéfalo com achatamento dos giros telencefálicos e hemorragias nos lobos parietal e occipital do telencéfalo; as hemorragias ocorriam também nas áreas submeníngeas da medula espinhal e do mesencéfalo. Histologicamente, havia necrose segmentar laminar de neurônios (neurônios vermelhos) associada a edema, tumefação de células endoteliais, hemorragias e infiltração por macrófagos espumosos (células gitter). Essas alterações eram mais marcadas nos lobos frontal, parietal e occipital do telencéfalo e havia uma demarcação abrupta entre as lesões e o neurópilo normal adjacente. Adicionalmente, lesões semelhantes, mas menos acentuadas, eram observadas no mesencéfalo, tálamo e hipocampo. Levando em consideração a reproducibilidade regular dos aspectos da polioencefalomalacia em ovinos pela administração de amprólio, esse modelo pode ser útil para o estudo da doença.    

Tapa de Luvas - 24/06/2015

Na criação de 2012, nasceu um dos melhores canário cobre, que já obtive no meu plantel. Sendo posteriormente confirmada, todas as suas qualidades pelas excelentes pontuações que obteve nos concursos em que participou. Nos acasalamentos de 2013, acasalei este canário com a melhor canária cobre do plantel.
No primeiro descasque deste casal, já havia um filhote que se destacava pelo tamanho e forma, mas reparei que era um pele negra. No momento que estes filhotes foram abandonando o ninho, ainda com a plumagem um tanto desalinhada, assim mesmo, este canário se destacava dos outros de uma forma anormal. Quando os canários começaram a se alimentar sozinhos, eu fiz a separação dos filhotes. Geralmente quando separo os filhotes, eu sempre os deixo juntos em uma voadeira, com mais alguns canários do mesmo tempo e da mesma cor. Na separação destes filhotes, pela primeira vez, eu separei um filhote dos seus irmão ou seja, eu o coloquei o pele negra em uma voadeira sozinho. Comecei a trabalhar neste canário individualmente para os concursos. O canário mês a mês melhorava a sua envoltura, só que apresentava sempre os canhões com penas novas, isto era uma constante. Chegando a época das inscrições dos canários para os concursos, eu olhei para o canário, ele estava cheio de tocos (canhões de penas novas) por toda plumagem. Fiquei tão indignado que resolví a não concorrer em concurso algum em 2013. Pois, eu havia trabalhado muito em cima deste canário e tinha muitas expectativas com ele nos concursos. Como todo decendente de Italianos, esbravejei até a enésima geração dos peles negras,,,são uns canários de bosta. 
Estava na época de iniciar os acasalamentos de 2014 e comecei a acasalar os cobres. Tendo feito todos os acasalamentos, havia sobrado uma fêmea cobre. Resolvi deixar na gaiola do pele negra, junto coloquei um ninho, mas com o sentimento que ali não iria sair nada. Passado um tempo, a fêmea começou a postura e após começou a chocar. Com referência a este casal, eu não anotava nenhuma informação referentes a sua postura ao seu choco e descasques na minha planilha de controle dos acasalamentos, pois eu tinha a certeza de  que, aquele acasalamento não iria dar em nada. Passado alguns dias, eu fui limpar esta gaiola e reparei algumas metades de cascas de ovos secas no fundo da gaiola, não acreditando,,,com calma, retirei a canária do ninho e reparei que havia quatro filhotes, limpos e sadios, já com dois ou três dias de nascimento, criados com a alimentação de manutenção dos canários. A felicidade foi grande, foi como se tivesse acertado na loteria.
Um destes filhotes cobre em 2015, se classificou com 90 pontos no campeonato da minha associação; a UGCC de Porto Alegre-RS. Foi escolhido o melhor canário da linha negra do campeonato e o segundo melhor canário do evento.
Este fato serviu como aprendisado; Devemos sempre planejar os eventos que envolvem a nossa criação, dentro de um critério lógico e dentro das nossas convicções, deixando sempre uma porta aberta para os trabalhos de Experimentações e Eventos de Baixa Probabilidades.