Quem sou eu

Gravataí, Rio Grande do Sul, Brazil

Bem vindo amigos

A criação deste Blogger tem como objetivo divulgar a minha criação de canários e metodologia de criação. Assim como servir de instrumento para troca de informações entre os criadores e apaixonados.Também uma forma de ajuda para os que estão iniciando na criação e divulgar alguns dos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo,,, Que já é quase uma vida.
Os meus objetivos na criação é de sempre buscar o modelo standard dentro de cada COR ou Porte e em virtude desta busca ter um plantel cada vez melhor.

Ninho,Postura,Anilhamento e Separação dos Filhotes

Construção do ninho, Postura, Choco, Nascimento, Anilhamento  e Separação dos filhotes.

Passado o inverno os canários começam a se aprontar  para o início da fase de acasalamento. O indicador da chegada da época de acasalamento são os pardais, que começam a ficar com o canto estridente, começam a marcar os seus territórios, começam as brigas para as escolhas das fêmeas e as fêmeas iniciam a busca de materiais para confeccionar os seus ninhos. Nos canários na maioria das vezes não corresponde ao início de acasalamento das aves silvestre devido ao ambiente interno do canaril. Os canários são foto sensíveis isto quer dizer que; quando a luminosidade dos dias começam a aumentar , seus instintos lhe avisam que esta chegando a hora do acasalamento. Além da luminosidade, temos o aumento da temperatura, pois os dias começam a ficar cada vez mais quentes. Quando o calor estiver no auge o sistema irá lhe avisar que deve começar a muda das penas. Quando não respeitamos o fator da luminosidade e a transmissão da temperatura externa para dentro do nosso canaril deixamos as aves confusas. Imaginem se todos os dias apagamos as luzes do canaril às 20:00 horas e se às  21:00 horas acendemos as luzes do canaril por necessidade ou não. Para um cérebro evoluído não quer dizer nada,mas para um canários quer dizer; Oba,,, começou um novo dia. Imaginem adotarmos estes procedimentos como padrão, chegará um dia que reunirá alguns fatores do tipo: Esta muito quente e Também os dias estão com o máximo de luminosidade, DEVO COMEÇAR A FASE DA MUDA DAS  PENAS. Temos então, as famosas mudas fora de época.
Diferenças Fisiológicas dos Machos e Fêmeas

Tudo inicia com a escolha dos canários que irão formar os casais. Os canários selecionados deverão ser colocados em gaiolas individuais, próprias para reprodução. Estas gaiolas deverão conter um ninho e material para confecção do ninho.Também utilizo um triângulo equilátero feito de uma folha de jornal que é fixado com fita crepe no vértice da gaiola onde vai ser colocado o ninho. Esta proteção evita que caia alguma sujeira ou poeira em cima da canária quando estiver no choco e a deixa mais calma e também evita que os filhotes evacuem na parede.



Escolha da época para o início dos acasalamentos


Cada criador sabe da importância de eleger o período para o início dos acasalamentos, este momento não é uma data fixa, esta decisão deve ser tomada baseada em fatos dos tipos;

  • Clima primaveril ou final do inverno.
  • Pássaros urbanos do tipo; pardais e pombos iniciando seus acasalamentos.
  • As canárias iniciando a confecção dos ninhos e com postura de ovos. Não devemos deixar as canárias efetuando a postura de ovos sem a presença do macho, pois estas posturas acabam desgastando as canárias.
  • Foi elaborado o manejo para aprontar os casais antes da primavera.

O fator clima é um dos fatores mais importante para iniciarmos os acasalamentos. Devemos aguardar o final do inverno quando a temperatura começa a ficar mais agradável.
Para os criadores que possuem ambiente climatizado os casais podem ser emparelhados conforme forem se aprontando, independendo do clima. Uma vantagem de acasalar os canários que estiverem prontos com um clima mais frio é que não temos a presença de piolhos.
O ciclo reprodutivo dos canários na região Sul do Brasil, começa em Julho e se estende até final de dezembro. Como já fora referido em textos anteriores neste blogger, os canários são foto sensível, ou seja, todo o ciclo vital desta ave é controlado pela luminosidade que recebe. Após o dia de São João, os dias passam a ter mais horas de luz solar e as noites ficam mais curtas. O fato de aumentar a luminosidade dos dias ativa o lado reprodutivo dos canários. O criador também pode interferir no manejo com a finalidade de aprontar mais rápido os seus canários;

  • Expondo a banhos de sol pela manhã 
  • Simulando o aumento da luminosidade no canaril com luz artificial da seguinte forma; ao entardecer ascender a luz interna do canaril e controlar o apagar das luzes internas cada dia mais tarde, até chegar às 20:00 horas.

É importante para quem pretender iniciar a criação em julho ter certeza que machos e fêmeas estão prontos e sexualmente maduros para o acasalamento. Não adianta apenas um deles estar pronto.
A época da criação é a mais esperada pelos criadores e também é a de maior trabalho. Tenho como padrão de dedicar de 3 à 4 meses para o período dos acasalamentos (Reprodução) e sempre primando pela a qualidade, não me importando muito com a quantidade. Também trabalho para que esta etapa seja a menos cansativa possível.
Um fato que arrebenta qualquer planejamento no que tange a período de acasalamento é quando o criador não estipula o limite final dos acasalamentos e estende este período. Não adianta tirar filhotes em fevereiro e março, pois no próximo ano estes canários irão amadurecer sexualmente muito tarde, obrigando o criador a estender novamente o período final dos acasalamentos. Quando este procedimento torna rotina, o criador irá perder o controle do manejo correto na formação dos casais, pois terão lotes de canários prontos em junho, outros após outubro, novembro e dezembro. Outro fato; Quando os canários nascidos em fevereiro e março são vendidos a outros criadores é muito comum o vendedor não informar a data do nascimento do filhote e na maioria das vezes estes canários são descartados como inaptos para reprodução, pois ao serem acasalados não mostram interesse no ciclo reprodutivo, pois ainda não estão maduros sexualmente, um canários leva em média de 8 à 9 meses para se aprontar sexualmente.

Os ninhos; De preferência a ninhos de plástico com a borda de côr branca, que possibilita a identificação dos piolhos. O fôrro do ninho deve ser de espuma de espessura de 1 cm cortado da forma de círculo que encaixe perfeitamente dentro do ninho. Não permitir ao nascer dos filhotes, que fiquem sobre papéis picados, pois o papel não permite que os filhotes fixem as unhas, podendo os filhotes ficar com as pernas esgaçadas. Os Ninhos com forro de feltro, também não são aconselháveis, pois os filhotes podem ficar com as unhas presas nos fios do feltro.

Confecção do ninho; Característica genética, se a mãe é boa construtora de ninho a filha também saberá fazer um bom ninho. Algumas canárias começam a elaborar os seus ninhos e quando estão terminando ficam confusas, desmancham tudo e começam a refazer o ninho que na maioria das vêzes ficam incompletos. O criador deve ajudar oferecendo material para que a fêmea possa construir o seu ninho. Esse material o mais utilizado é o tecido chamado de juta se possível sem goma.
Devem ser cortados os fios de juta desfiada no tamanho de 6 cm de comprimento e colocados no vão da gaiola para que a fêmea possa pegar, também pode cortar um pedaço de junta e fixá-la com prendedor para que a canária possa  ir desfiando o tecido. Jamais coloque fios muito finos, pois os mesmos poderão ficar presos nas patas dos canários e quase sempre terminam em acidente.
Um pedaço de juta no fundo da gaiola
Formação dos ovos e fecundação
Nas fêmeas adultas das aves, apenas um dos ovários embrionários se torna funcional, esta adaptação aconteceu visando à redução do peso da ave em função do vôo. O ovário quando está maduro tem o aspecto de um cacho de uvas, podendo conter até 4000 óvulos, que podem potencialmente desenvolver-se em gemas. Cada óvulo está ligado ao ovário através de uma fina membrana, chamada de folículo, que é coberta por uma rede de vasos sanguíneos. Os óvulos através de sucessivas divisões, transformam-se em ovócitos que vão recebendo nutrientes e tornam-se óvulos de diversas hierarquias em função do tamanho. Uma vez prontos para serem ovulados, os óvulos são recolhidos no infundíbulo. Nesta zona do oviduto ocorre a fecundação, isto se os espermatozóides estiverem presentes  neste local. Nesta parte do organismo também  recebem a membrana vitelina e a chalaza. A membrana vitelina é película que protege a gema do ovo e as chalazas são estruturas presentes nos pólos dos ovos na forma de cordões, que tem a função de centralizar a gema a proporcionar segurança da gema nos movimentos bruscos.
Todos os componentes do ovo são formados em regiões diferentes do oviduto. Nas regiões abaixo são gerados;

Ovário e oviduto
No magno; a clara é acrescentada.
No istmo; uma zona mais estreita do canal, forma-se a membrana da casca.
No útero ou glândula da casca; forma-se a casca, que é a etapa mais demorada.
 
Para facilitar o deslizamento do ovo nas paredes do oviduto, a parte externa do ovo é envolta com uma substância na forma de gel, formada de albumina. A decida da gema envolta com albumina ocorre lentamente, já tendo ocorrida a fecundação. O final desta etapa acontece quando a gema chega na parte final do oviduto, onde recebe uma camada de calcita e por fim a pintura ou marcas de identificação da espécie na casca do ovo. A etapa de geração da casca do ovo dura em torno de um dia.
Ao pôr o ovo, a fêmea inverte parcialmente a cloaca, como se virasse uma luva ao contrário, impedindo que o ovo entre em contacto com o ânus e seja contaminado por fezes. Os restantes sistemas também são bloqueados, impedindo a descarga de fezes acidentais durante o esforço da postura do ovo.
 
O sistema reprodutor masculino das aves, mantém nos adultos os dois testículos, ligados a um par de epidídimos e canais deferentes, que servem para levar os espermatozóides e as secreções espermáticas até a cloaca.
 
A fecundação é sempre interna, sendo a cópula o ato dos encostos das aberturas das cloacas masculina e feminina, ocasionando o chamado o beijo cloacal. Neste ato são expelidos espermatozóides pelo macho dentro da cloaca da fêmea e estes espermatozóides são conduzidos até o útero através de hormônios. Chegando ao útero, local onde estão os ovos maduros e prontos para serem fecundados, apenas um dos espermatozóides fecunda cada ovo, dando assim o início de todo ciclo de perpetuação desta espécie.

Postura; Nos dias que antecedem a postura nota-se que canária esta mais pesada, se examinarmos o ventre da canária verificaremos um volume bem acentuado, por este motivo a canária não deve ser  perturbada e também não devemos pegá-la com a mão. A canária efetua postura de 1 a 5 ovos e geralmente a postura é feita pela manhã, sendo que o último é mais azulado.

Choco:  Estado febril que são acometidas as fêmeas das aves que lhes possibilitam uma temperatura constante de 38 graus que possibilita o desenvolvimento do embrião dentro da  célula da gema do ovo. O estado do choco varia de canária para canária. Algumas entram em choco a partir da postura do primeiro ovo, outras do segundo e algumas efetuam toda a postura e após começam a chocar. O estado febril do choco tem como características o aumento do volume das fezes e com  um cheiro forte de Amônia.

Nascimento: A eclosão dos filhotes acontece após 13 dias de choco. Os filhotes rompem  a casca do ovo utilizando uma pequena estrutura localizada na ponta do bico na forma de uma quilha virada para cima, que se chama de 'dente do ovo'. Com o passar do tempo o filhote perde esta estrutura. Quanto a alimentação; os filhotes quando nascem possuem uma estrutura agregada no abdomem chamada de saco vitelino, que lhe permite a  reserva de alimento para um dia, após os primeiros dias de vida este sacos vitelino é absorvido pelo organismo e desaparece. Para melhorar a produção de filhotes devemos utilizar a técnica da substituição dos ovos da postura ou seja a cada ovo posto pela canária, devemos substituir por um ovo de plástico. Quando a canária efetivar a postura do quarto ovo, retirar os ovos de plásticos e colocar os ovos originais. Os ovos retirados devem ser acomodados e um recipiente forrado com algodão e deverão ser virados ou trocados de posição todos os dias, para evitar que a gema fique grudada na casca do ovo. Estes ovos podem ficar aguardando o choco por 3 semanas. Os ovos devem ser guardados em local ventilado onde a temperatura ambiente não chegue aos 34 graus, pois esta temperatura ativa o desenvolvimento embrionário do ovo. Também não podem ser lavados ou higienizados ou guardados em geladeiras. Esta técnica visa a eclosão de todos filhotes no mesmo dia, com isto evitamos e morte quase sempre do último filhote nascido. Eu costumo a repassar os últimos filhotes para uma outra canária que tenha filhotes pequenos e do mesmo tamanho. Deve ser observado a forma do filhote e a saúde e se não apresenta manchas no abdómen e também a limpeza interna do ninho. Quanto à forma; para mim um bom indício de uma boa ave é a oxidação da pele (Na linha escura) e a forma da cabeça semelhante a um grão de bico. Quanto à limpeza interna do ninho; Quanto for muito limpo, tudo indica que teremos problemas de rejeição de anel por parte da fêmea no momento do anilhamento do filhote. Quando não for muito limpo, temos a certeza que não haverá rejeição do anel mas, teremos que revisar o ninho todos os dias e trocá-los por ninhos limpos a cada dois dias. Quando eclodir apenas um ou dois filhotes na ninhada, aconselho ao criador à não jogar os ovos brancos fora, eles devem ser  substituídos por ovos de plástico. Os ovos de plásticos não deixarão que a canária jogue o seu peso sobre os filhotes.
Filhote ainda com o saco vitelino

Obs: Nas fases do choco e nascimento dos filhotes devemos cuidar para que a canária não seja perturbada. Um dos processos de seleção das fêmeas do meu plantel é ter um comportamento tranqüilo. As fêmeas quando ariscas por qualquer motivo se assustam e se comprimem no ninho e o resultado quase sempre  o amassamento do filhote ou são pisoteados causando deformidades nos filhotes. Um outro problema das fêmeas ariscas é quando nos aproximamos das gaiolas elas saem do ninho num vôo desabalado jogando alguns filhotes para fora do ninho. Um detalhe, isto vale para qualquer fêmea, deixar sempre a gaiola na mesma posição, para evitar problema de abandono do ninho. Se por um lado é ruim no que tange a fase do choco e filhotes novos, podemos usar este procedimento de trocar a gaiola de lugar para atrasar o início do próximo período de cobertura do macho.

Anilhamento: Os filhotes podem ser anilhados a partir do quinto dia de vida. É um procedimento que requer conhecimento do plantel ou seja o criador deve conhecer as fêmeas que rejeitam os anéis dos filhotes. Às vezes são canárias excelentes e que não podemos descartá-las, então temos que conviver com este problema. Uma forma de trabalhar com este tipo de canária é a seguinte; Deve ser esperado o momento em que os filhotes comecem a fazer as fezes na borda do ninho e também cuidar a grossura da pata, esta deve estar no último dia para passar o anel, mais ou menos lá pelo nono dia . Deve ser passado vaselina na pata do filhote na qual iremos colocar o anel e devemos inserir o anel sem causar qualquer tipo de dor. Como este filhote já esta com as unhas bem formadas a canária não irá conseguir puxar a perna do filhote para retirar o anel e consequentemente joga-lo para fora do ninho.Se precisar retirar o anel por motivo de um ferimento na pata, existem alicates especiais para o corte das anilhas. Na realidade existe uma relação da limpeza do ninho com rejeição do anel. As fezes do filhote nos primeiros dias são envoltas por uma película da forma de placenta onde a canária as pega no bico e as coloca fora para manter a limpeza do ninho, nesta fase qualquer coisa diferente de filhote são jogados  para fora do ninho, somente começando a não dar mais bola quando as fezes começam a aparecer na borda do ninho.

Separação: Devem ser retirados os filhotes quando os mesmos já se alimentarem sozinhos. Isto deve acontecer após o vigésimo quinto dia do nascimento. Note que os filhotes já estão se alimentando sozinhos, mas os seus bicos ainda não estão totalmente duros, ainda não conseguem abrir sementes com destreza, dando preferência para as sementes negras que são mais macias. Nesta fase devemos servir as sementes socadas em um pilão para afrouxar as cascas ou passar um rolo de abrir macarrão em cima das sementes para que as cascas sejam afrouxadas. Deve ser servido maçã  sem a casca e bem macia e a farinhada com ovos cozidos e verduras de boa procedência. Os filhotes devem ser colocados em gaiolas do tipo de avoadeiras. Devemos ter o cuidado de não colocar pássaros em excesso nestas gaiolas, eu tenho como princípio de colocar 10 canários por avoadeira de 1,20m de comprimento. Nas voadeiras reservadas para os filhotes, devemos ter o cuidado de agrupar filhotes da mesma idade.

A primeira muda dos filhotes deve acontecer por volta dos dois meses de idade e esta muda deverá incidir somente nas penas pequenas ou plumas, não sendo repostas ou trocadas as penas grandes e largas, do tipo; rémiges (penas das asas) e timomeiras ou rectrizes (penas da cauda). A muda de pena não pode ser considerada uma doença, mas causa uma certa debilidade fisiológica nos canários enquanto estiver acontecendo. Devemos ter em mente que nas trocas das penas a alimentação é muito importante,  pois o organismo da ave exigirá que sejam consumidos altos teores das reservas energéticas para a formação das novas penas. Uma alimentação rica e adequada também irá refletir na qualidade da nova plumagem. Nas mudas das penas devemos estar atentos para alguns detalhes, pois nesta fase as incidências de óbitos de canários são mais acentuadas. Algumas das  medidas que podem  ser tomadas para amenizar os problemas ocasionados pela muda de penas e pureza da plumagem;

    • Evitar as trocas de ambientes que possam causar choque térmico.
    • Aumentar a freqüência dos banhos. Esta medida visa proporcionar a diminuição do tempo da muda. 
    • Colocar os canários que estão na muda em gaiolas amplas que permitam o vôo do canário. Esta medida visa diminuir o tempo da muda.
    • Aumentar a quantidade de sementes negras. Esta medida visa proporcionar um maior brilho na plumagem da ave. 
    • Fornecer alimentação rica em proteínas, incluindo as frutas e as verduras. Devemos ter o cuidado para não fornecer calorias em excesso.
    • Evitar as correntes de ar. 
    • Para evitar a debicagem, não coloquem muitos filhotes em uma única gaiola.
    • Se possível preserve os melhores filhotes em gaiolas individuais.
    • Se criar canários com fator e sem fator, coloque as gaiolas distantes para evitar que resíduos da farinhada com pigmentante das gaiolas dos canários com fator, sejam fogados na gaiola dos canários sem fator. 
    Identificação do sexo dos filhotes
    O único tipo de canário que conseguimos identificar o seu sexo antes de começar a cantar são os mosaicos. Devido ao fato de morfológicamente os machos e fêmeas serem diferentes (Dimórficos).
    A partir da primeira muda os filhotes machos começam a ensaiar o seu canto de forma enrrolada e não melódica. O ato de cantar nesta fase ainda não deve ser a prova final do seu sexo, devido ao fato das fêmeas também cantarem. Para homologar o filhote como macho espere um pouco mais, até que ele tenha o seu canto completo, com nitidez e volume. Alguns filhotes machos por algum tipo de problema dos tipos; acariose,doenças respiratórias ou até mesmo por serem perseguidos por filhotes machos dominantes nos gaiolões, não irão cantar. Estes canários somente serão identificados o seu sexo na época do acasalamente pela visualização da sua cloaca. Também podemos ter algumas indicações externas que podem nos ajudar a identificar os machos das fêmeas;
    • As fêmeas possuem maior quantidade de feomelanina (cor marrom).
    • A cor lipocromica dos machos são mais intensas.
    • Nos canários negros intensos as marcações nos flancos são menos acentuadas que nas fêmeas.
    • Nos canários negros a melanina negra ou marrom é mais forte.
    • Nos canários negros a oxidação dos bicos e patas são mais acentuadas nos machos.     
    Obs; O fato das perseguições dos canários dominantes a outros canários como foi citado no texto acima é um dos problemas quando se colocam os filhotes juntos em gaiolões. As vezes não percebemos estas perseguições e acabamos perdendo canários excelentes que não irão servir para nada, pois não irão cantar e nem galar. Já ví diversas vezes, filhotões de canários machos, serem perseguidos por machos dominantes e serem rolados no fundo da gaiola como se fossem canárias e com tentativa de gala pelo macho dominante. Mais tarde quando tentamos utilizá-los em acasalamentos estes canários não se aprontam nunca. Note que eu não estou me referindo as brigas entre os filhotes que são normais, quando estas não forem excessivas. Estou me referindo a aquelas perseguições entre machos e fêmeas. Por este motivo, quando noto algum canário muito fogoso no gaiolão retiro ele imediatamente, ficando o mesmo em gaiola separada.  
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    Onde entra o criador;
    O criador deve ter o controle de toda a sua criação no que tange;

    Ascendência

    Árvore da família - Irmãos, Pais, Avós,,,,

    Na genética

    Carga recessiva dos seus canários.

    Histórico de criações anteriores

    A Avaliação do desempenho dos canários nos acasalamentos anteriores.
    Nas fêmeas o que me interessa: Se é uma canária calma, o número de ovos nas posturas anteriores, se o choco é contínuo sem muitos passeios, se alimenta bem os filhotes, se tira anel do filhote, tira penas dos filhotes, briga com macho e se é limpadora de ninho.

    Nos Machos o que me interessa: Se é um canário calmo,o número de ovos fecundados nos acasalamentos anteriores, se alimenta bem os filhotes ou se tira penas dos filhotes.

    Histórico dos concursos
    Avaliações da pontuação e críticas dos canários em concursos. Ouvir as críticas ou elogios externos de pessoas conhecedoras e envolvidas na canaricultura que não tenham outra intenção que não seja a de ajudar, a respeito do canário. Os comentários devem ser somados  aos nossos conceitos já definidos anteriormente e estes nos darão condições de avaliamos se devemos seguir ou não ou o que devemos fazer para melhorar nos próximos acasalamentos.
    Histórico das enfermidades
    Controle das enfermidades dos canários e forma da cura. Uma forma de sabermos se já aconteceu esta enfermidade em algum canário do plantel e o que foi feito para curá-lo. Nos filhotes podemos saber se esta doença não esta sendo transmitida pelos pais ou avós. Podemos até tomar a decisão de descontinuar o seguimento daquela família.

    Planejamentos

    Na primeira  etapa; Deve ser feita com bastante antecedência. Tenho como Costume começar o planejamento desta etapa no início de Março, após a avaliação dos filhotes da temporada. A partir deste momento já sei o rumo que vou seguir. Nesta etapa devemos definir o número de casais que temos condições de acasalar e quantidade de filhotes que podemos atender. Também devemos avaliar quais as linhas que devemos dar ênfase, se vamos fazer algum tipo de acasalamento com o grau apurado de consangüinidade (acasalamentos consangüíneos)  para melhoria de uma linhagem.
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    Na segunda etapa; Vamos analisar as deficiências para conseguir cumprir os objetivos da etapa1. Se vou ter tempo para atender a criação ou se vou precisar de ajuda. Se não vou precisar de mais gaiolas para atender os casais e filhotes. Se vou precisar de matrizes novas para compor os casais, de onde vou conseguir. Se vou ter que fazer modificações na instalação e quando estas modificações deverão ser feitas. Os canários adquiridos para composição de novos casais do plantel devem ser comprados ou negociados com bastante antecedência, pois os mesmos devem ser passar pela quarentena e aclimatação no canaril.
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    Tudo feito, tudo em ordem, vamos para a parte mais demorada que é a montagem dos casais. Separam-se os machos de cada côr e as fêmeas recíprocas e começa a avaliação de cada canário selecionado, nos quesitos de; plumagem e cor (profundidade), desta seleção se obtém o canário ponta do casal,ou  seja, o que apresenta o melhor fenótipo. Após avaliamos; a carga recessiva e a avaliação nos concursos e os acasalamentos anteriores. Feito isto, obteremos todas as informações para podermos buscar  uma fêmea do mesmo nível para fechar o casal. Muitas vêzes este procedimento começa com uma fêmea como ponta do casal. Quando o casal é fora de série, costumo criar um nível de expectativa muito grande para este casal. Vou tentar fazer de tudo para que obter  filhotes deste casal. Para estes casais tenho uma única exigência de que os ovos estejam galados, por que o resto o criador dá um jeito.

    Após o acasalamento o criador começa a observar e a tomar decisões quanto aos repasses de ovos e de filhotes. Se eu tenho a informação que um determinado casal é excelente na criação e eu tenho um outro casal onde a expectativa é muito alta e com a postura no mesmo período. Não tenha dúvida que eu irei trocar os ovos entre estes casais, lógico que este repasse ficará anotado em uma planilha, por que eu não vou correr o risco de perder esta postura, pode ser até que não valha a pena, mas é um padrão que eu sigo. Como eu não posso me dedicar todo o tempo possível aos canários, pois tenho que trabalhar, não tenho tempo de substituir  os ovos das primeiras posturas por ovos de plástico. Por este motivo tenho que efetuar o repasse dos filhotes que nascem por último para casais que tenham filhotes do mesmo tamanho.Todos os repasses são anotados em planilha.Também tenho o costume de verificar as condições dos filhotes que estão nos ninhos no final de cada  tarde. Quando revizo o ninho, verifico como esta a limpeza do mesmo, verifico a saúde dos filhotes e se não necessitam de complemento de alimentação.

    O que tentei transmitir é que na canaricultura assim como na vida nada é preciso. Por que existem anos de excelente produção e anos muito ruins. Tenho certeza que nos anos muito ruins o criador faz a diferença , utilizando as informações armazenadas do seu plantel que lhe permitam um jogo de cintura para administrar e controlar a criação, possibilitando ir bem além do previsto.


    Acasalamentos Consangüíneos.

    Uma técnica utilizada para melhorar a genética e fenótipo do plantel são os acasalamentos consangüíneos. Estes tipos de acasalamentos visam após 3 ou 4 gerações estabelecer um padrão genético para as famílias de canários do nosso plantel e obter um padrão externo em todos os canários daquela família, deixando todos uniformes e tendo como a base do padrão o canário ponta desta pirâmide de acasalamentos.
    O conceito de família; Canários de uma mesma categoria de cor que esta sendo trabalhada a genética e estes canários se caracterizam por terem as mesmas descendências e uma genética muito próxima.
    Esta técnica consiste nos princípios de Mendel ou seja, nós iremos selecionar um individuo e tentaremos repassar a suas cargas genéticas através dos acasalamentos controlados pela seleção dos fenótipos dos indivíduos acasalados para os seus descendentes.
    Para iniciarmos devemos ter um excelente canário como ponta. Este canário ponta pode ser tanto para um macho quanto uma fêmea. O conceito desta técnica é de produzir indivíduos semelhantes ao canário ponta no que tange ao fenótipo e a genética. O primeiro passo é  identificamos o canário ponta, vamos acasalá-lo com diversas fêmeas e analisar os filhotes. O que procuramos são os acasalamentos em que houve a dominância dos genes do canário ponta. Muitas vezes pegamos canários excelentes que geneticamente não conseguem passar as suas qualidades genéticas para os seus descendentes, por prevalecer o fator de dominância o outro integrante do casal. Voltando a analise dos filhotes obtidos com o canário ponta, devemos identificar em que acasalamentos houveram filhotes fenótipicamente semelhantes ao canário ponta. As fêmeas em que obtivemos os filhotes semelhantes, estas devem ser selecionadas para seguir o nosso trabalho.
    Os filhotes destes acasalamentos serão a nossa primeira geração Filial a ‘F1’. Esta geração possui a genética de 50% do pai e 50 % da mãe.
    No próximo ano de acasalamento, devemos selecionar o canário ponta com um ou mais dos indivíduos da geração ‘F1’ que sejam semelhantes ao canário ponta. Também podemos acasalar os indivíduos da geração ‘F1’ que fenótipicamente sejam parecidos com o canário ponta entre si. Nestes processos obtemos uma geração filial ‘F2’ que irá aumentar a cópia genética de 75% de genética de pai e 25% da mãe.
    No próximo ano de acasalamento devemos selecionar o canário ponta com um dos indivíduos da geração ‘F2’ que sejam semelhantes ao canário ponta.Também podemos acasalar os  indivíduos da geração ‘F1’ e ‘F2’ que fenótipicamente seja parecidos com o canário ponta entre si. Neste processo obtemos uma geração filial ‘F3’ ira aumentar a copia genética de 87% do pai e 13% da mãe.
    Nos próximos anos o criador deverá se questionar se vale à pena seguir este processo de acasalamentos consangüíneos ou se deseja agregar um novo sangue nesta família. Este novo sangue não deve produzir filhotes fora do padrão já conseguido. Os acasalamentos por  consangüínidade são necessários,mas acho que não podem ser uma regra eterna, pois nos deixam alguns malefícios para o plantel do tipo; baixa fertilidade, deformações dos filhotes, etc. Na pasta de Miscelaneas, existe um texto onde é descrito a constatação dos problemas de alguns acasalamentos com alto grau de consangüínidade. 

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